Pai e filho são investigados pela Polícia Civil por cultivar cogumelos e produzir de forma artesanal cápsulas alucinógenas na própria residência da família, no bairro Mario Quintana, zona norte de Porto Alegre. O fato foi descoberto no fim da noite de segunda-feira (28) e divulgado nesta terça-feira (29). Os produtos eram vendidos através de um site hospedado nos Estados Unidos, com o objetivo de evitar rastreamento por parte das autoridades de segurança, e entregues por meio de motoboys em toda a Região Metropolitana.
O delegado Cleiton Freitas, responsável pelo caso, diz que a investigação ocorre há dois meses e é realizada em conjunto entre a 18ª e 19ª delegacias da Capital. Segundo ele, pai e filho foram detidos temporariamente por posse ilegal de duas armas no momento da abordagem policial durante cumprimento de ordens judiciais, mas pagaram fiança e foram liberados. Foram apreendidos ainda sete celulares, estufa, cápsulas e materiais para produção das drogas.
Sobre o tráfico de drogas, eles vão responder em liberdade porque não têm antecedentes criminais. Freitas conseguiu comprovar que os dois cultivavam em casa os cogumelos, o que não é ilegal, mas depois, por meio de um laboratório clandestino, na própria residência, extraíam substância para produzir cápsulas alucinógenas.
— Eles consideravam que os produtos eram para terapias, mas a polícia encontrou provas periciais que a substância extraída é alucinógena, a droga pisilocibina, o que configura tráfico, conforme nossa legislação — diz Freitas.
As cápsulas eram vendidas por meio de um site criado por eles mesmos e hospedado na Califórnia, nos Estados Unidos, com várias ferramentas de barreiras para buscas. Ou seja, somente quem recebia o endereço tinha facilidade para acesso, o que dificultava o rastreamento. Após negociação feita mediante pagamento por cartão de crédito, as cápsulas eram entregues para os consumidores através de motoboys na Região Metropolitana. Os valores variavam de R$ 50 a R$ 700. Os nomes dos suspeitos não foram divulgados porque a investigação continua.