A Polícia Federal (PF) prendeu em flagrante na manhã desta segunda-feira (3) quatro pessoas investigadas por lesar em R$ 2 milhões mais de 3 mil beneficiários do auxílio emergencial. Os suspeitos foram detidos em flagrante por posse ilegal de arma e de drogas durante cumprimento de mandados de busca no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. As vítimas que tiveram valores desviados pelos golpistas são, a maioria, do RS, mas também do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais.
Ao todo, seis pessoas pessoas são investigadas: quatro homens, que foram detidos nesta segunda, e duas mulheres. Um suspeito foi preso em Canoas, na Região Metropolitana, e os outros três em Jurerê internacional, em Florianópolis. Além destas duas cidades, também houve cumprimento de mandados judiciais em Parobé, no Vale do Paranhana, e em Palhoça (SC).
O mentor do esquema, de acordo com a PF, atua com informática e fez todo cadastramento irregular. Ele foi detido em Jurerê, onde mora. Natural de Palhoça, o suspeito é estudante universitário em uma faculdade de Comunicação Visual em SC. Além disso, recebia o auxílio emergencial.
A polícia destaca que, somente com o andamento da investigação, será possível detalhar o número de beneficiários lesados por Estados. A apuração começou há um ano após apreensão pela Brigada Militar em Taquara, também no Vale do Paranhana, de CPFs de pessoas que teriam o direito de receber o auxílio emergencial, além de e-mails e senhas com indicação de saques e valores.
A partir deste fato, a PF apurou a forma de atuação dos criminosos.
Golpe
De acordo com a investigação, o grupo obtinha documentos de potenciais beneficiários ao compilar CPFs de potenciais vítimas, criando e-mails, sempre com a extensão yandex.com, e cadastrava tudo no site da Caixa Econômica Federal com o objetivo de receber os valores de forma indevida através da criação de contas bancárias. A PF diz que foi verificado o pagamento de inúmeros boletos com depósitos — com dinheiro dos beneficiários — feitos diretamente nas contas dos golpistas. Somente nesta manhã, foram apreendidos R$ 60 mil e documentos que podem auxiliar na comprovação da fraude.
Os nomes dos presos e o número de investigados não foram divulgados pela PF. A operação foi chamada de Yandex devido à extensão de e-mails cadastrados ser sempre a mesma utilizada no golpe.