A prefeitura de Gravataí informou na tarde desta sexta-feira (16) que imagens de câmeras no município flagraram a dupla que foi identificada quebrando dezenas de vidraças na Região Metropolitana na última terça-feira. Os dois homens estavam em um caminhão de cor branca, já apreendido pela polícia, e haviam confirmado parte dos mais de 60 fatos em Porto Alegre e em Viamão, mas negaram o vandalismo na outra cidade.
As imagens divulgadas pela Guarda Municipal mostram o mesmo veículo há três dias atingindo a fachada de um estabelecimento comercial de Gravataí.
O secretário municipal adjunto da Segurança, André Brito, confirma que o caminhão foi flagrado atingindo a fachada de um prédio residencial e ainda de alguns estabelecimentos comerciais. Ele ainda procura imagens que mostrem se o veículo também esteve envolvido na depredação de 17 pontos de ônibus — que tiveram as vidraças atingidas.
Apesar de a dupla negar envolvimento, a Polícia Civil já está de posse das imagens e acionando os proprietários dos locais, bem como a prefeitura, para confrontar com o depoimento da dupla investigada.
Brito relata que as imagens são todas da noite de terça-feira, momento em que ocorreu a maioria dos ataques, e mostram a passagem do caminhão pelos pontos em que imóveis e paradas de coletivos foram danificados. Em duas imagens do mesmo estabelecimento comercial, Brito destaca que dá para ver nitidamente o veículo passando pela via e, na outra imagem, do mesmo momento, aparece a vidraça quebrando.
Inquéritos
A Guarda Municipal de Gravataí encaminhou todo o material para a Polícia Civil, que, na manhã desta sexta-feira, divulgou a apreensão do caminhão, do tacógrafo e de uma arma de pressão.
O motorista, 35 anos, e o passageiro, 21 anos, filho do dono da empresa de transporte que usa o caminhão, foram identificados e, na quinta-feira (15), se apresentaram e confessaram em depoimento parte dos atos de vandalismo, mas somente na Capital e em Viamão. O caminhoneiro disse que foi forçado a participar, e o passageiro, que usa remédios e tem acompanhamento psicológico, alegou que foi por mero prazer, sentimento de superioridade, entre outros, além de ter se inspirado em filme e em jogo de vídeo game.
A investigação apura dano, com pena de um a seis meses de detenção, e dano qualificado, porque também envolve patrimônio público, com pena de seis meses a três anos de prisão. Além disso, está se averiguando lesão corporal em um dos casos em que uma vítima estava no local e foi atingida por estilhaços.
A diretora do Departamento de Polícia Metropolitana (DPM), delegada Adriana da Costa, concentra as investigações e diz que serão dois inquéritos, por enquanto, com prazo de 30 dias para concluir. Ela ressalta que não foi necessário pedir, até o momento, a prisão da dupla, e que o próximo passo será acionar todas as 42 vítimas que já registraram ocorrência – e outras que possam vir a registrar – para fazer um levantamento dos prejuízos.
Casos
Até agora, foram contabilizados 63 casos de vidraças quebradas, 42 já registrados em delegacias, fazendo parte de inquérito que apura ação criminosa. Na Capital são 43 locais, sendo que apenas nove ainda não foram registrados. São imóveis desde a Assis Brasil, passando pela Terceira Perimetral, com pontos nas avenidas Bento Gonçalves e Nonoai. O restante dos casos ocorreram em Viamão, na RS-040, e em Gravataí.
Foram atingidos vários estabelecimentos comerciais, de ensino, bancos, relógios de rua, paradas de ônibus, entre outros.