A Polícia Civil confirmou, na manhã desta quarta-feira (7), que o motorista de aplicativo Nelson Hiroyuki Jato, 53 anos, foi vítima de latrocínio (roubo com morte) na madrugada de 19 de março, no bairro Cascata, zona sul de Porto Alegre. Um suspeito do crime foi preso preventivamente nesta terça-feira (6).
De acordo com a Polícia Civil, a vítima havia acabado de deixar em casa uma passageira, quando foi surpreendida por três criminosos. Um vídeo obtido pela investigação mostra que um dos assaltantes se aproxima do vidro do carro, e Jato tenta fugir dando ré no veículo, na Rua Rio dos Sinos, uma via pequena e sem saída, quando o bandido atira seis vezes contra o veículo com uma pistola.
O motorista ainda andou alguns metros, mas não resistiu aos ferimentos e morreu dentro de seu carro de trabalho, um Ford Ka. Os bandidos fugiram em levar nada.
À frente da investigação, o delegado Daniel Ordahi diz ter identificado quatro participantes do crime, com a ajuda da agência regional de inteligência da Brigada Militar. Dois deles, de 21 e 25 anos, já são apontados como autores de roubos na região e tiveram a prisão decretada — o mais velho foi preso na terça-feira.
Além deles, um adolescente que, na época do crime, faltava uma semana para completar 18 anos teve mandado de internação decretado. Ele só pode ser preso pelo Departamento Estadual da Criança e do Adolescente (Deca).
A polícia diz também ter identificado uma mulher que dirigiu o carro usado na fuga dos assaltantes. Ela tem 23 anos e é moradora da mesma rua em que o crime aconteceu. Ordahi disse que pediu prisão preventiva da jovem e que "não entende o motivo de a 2ª Vara Criminal do Partenon não ter deferido o pedido". Para ele, a mulher teve participação importante no caso:
— Os indivíduos saíram do carro da moça, correram pela rua atrás do motorista, que não conhecia a via sem saída. Quando ele (Nelson) começou a dar a ré, os bandidos atiraram seis vezes. A motorista do carro dos criminosos deu a volta, pegou os dois indivíduos e saiu do local.
Crime violento
Em um primeiro momento, a polícia suspeitou que o caso se tratava de um homicídio, devido ao grande número de tiros disparados contra Jato. No entanto, concluiu que se tratava de um latrocínio, após analisar as imagens de câmeras de segurança e traçar o perfil da vítima.
O motorista de aplicativo não tinha antecedentes criminais. Durante o dia, trabalhava como terceirizado em uma empresa de telefonia e, à noite, fazia corridas por aplicativo . No dia em que foi morto, segundo a polícia, ele havia saído de casa para a primeira corrida às 2h. Acabou morto cerca de meia hora depois.
GZH tenta contato com a família da vítima. A polícia não divulgou o nome dos suspeitos alegando respeito à Lei de Abuso de Autoridade.