A Polícia Civil instaurou um inquérito para apurar o assalto ocorrido quinta-feira (4) a uma idosa e a sua cuidadora dentro da residência da vítima, no bairro São Geraldo, zona norte de Porto Alegre. Além de ouvir uma das envolvidas no fato, familiares irão prestar depoimentos nesta sexta-feira (5). Imagens de câmeras também são analisadas. Os objetivos são identificar um casal que se passou por equipe de vacinação, após vítimas receberem ligação de pessoa que se dizia da Secretaria Municipal da Saúde (SMS).
A titular da 4ª Delegacia da Capital, delegada Laura Lopes, diz que a cuidadora já foi ouvida no dia do fato e relatou que havia recebido um telefonema para agendar a segunda dose da vacina.
— A vítima disse que a idosa já havia tomado e a pessoa que ligou dizendo ser da secretaria aproveitou para dizer que a cuidadora também poderia ser vacinada, informando que uma técnica em enfermagem e um agente de saúde iriam fazer a visita para aplicar a dose — diz Laura.
Ainda sobre a ligação, a pessoa sabia os nomes das duas e repassou dois nomes, como dos supostos profissionais de saúde, para a cuidadora. Laura diz que a sobrinha da idosa será ouvida nesta sexta-feira, apesar de não estar na residência no momento do roubo, porque ela é a responsável pelo cartão bancário da tia. O cartão do Banrisul era o alvo dos criminosos.
Imagens
Conforme combinado ao telefone, a dupla de assaltantes chegou na residência da vítima em um HB20 de cor branca, que a polícia apura ser roubado. A mulher vestia um jaleco azul indicando como sendo do Sistema Único de Saúde (SUS), além de mochila, prancheta e caixa — como se fosse um kit de vacinação —, também sugerindo ser do SUS. O homem vestia uma roupa branca. Segundo relato à polícia, a cuidadora afirmou que a mulher estava com uma arma na mochila e o homem com outra na cintura.
Eles entraram na casa, se identificaram conforme os nomes repassados pela pessoa que ligou como se fosse da Secretaria da Saúde, e pediram documentos para preencher os dados. Foi neste momento que teriam anunciado o assalto e, como não conseguiram o cartão bancário, agrediram a cuidadora com tapas e socos. Além disso, tentaram amarrar e amordaçar a vítima, mas desistiram. Eles fugiram levando o telefone fixo da casa, o celular e documentos da cuidadora.
A polícia deve encaminhar a imagem para perícia para confirmar a placa do carro. Uma pessoa que se diz vítima de roubo de veículo deve ser ouvida nesta sexta-feira para confirmar se é o mesmo carro usado no assalto. Os suspeitos ainda não foram identificados.
A delegada tem várias hipóteses até o momento. Uma delas é que os suspeitos podem ser conhecidos da família ou até mesmo de algum servidor da secretaria. Não há registros de ocorrências semelhantes na Capital, mas uma outra vítima informou que vai procurar a polícia por ter recebido ligação semelhante.
Alerta da SMS
Segundo a SMS, todas as equipes de imunização portam crachás da prefeitura, com nome e matrícula do funcionário. A orientação da SMS é para que a pessoa que for receber equipes na residência exija, antes de permitir acesso, que esse crachá pessoal seja mostrado de forma que fique bem visível que são servidores da Saúde.
Crachás unicamente com símbolo do SUS não são a identificação padrão. Assim que identificar uma tentativa de abordagem suspeita, a prefeitura pede que o caso seja comunicado à polícia imediatamente.