Está preso o suspeito de atacar uma série de idosas no bairro Restinga, no extremo-sul de Porto Alegre. Pelo menos quatro mulheres relataram ter sido agredidas por um criminoso na rua.
Os casos aconteceram entre os dias 8 e 22 de fevereiro, em locais próximos (veja abaixo). Com prisão preventiva decretada, um jovem de 19 anos foi detido em Alvorada, na Região Metropolitana.
Segundo a delegada Adriana Regina da Costa, do Departamento de Polícia Metropolitana, a polícia identificou o suspeito por meio de informações obtidas pela equipe da 16ª Delegacia de Polícia e pela área de inteligência do departamento, descrições dadas pelas vítimas — tanto da fisionomia como das roupas que ele utilizava — e uma imagem de câmera de segurança.
— Demos prioridade total a esse caso. Considerando que era uma série de ataques dentro de uma comunidade como a Restinga, que é praticamente uma cidade. Isso logo causou pânico na população e nos preocupou — disse a delegada.
Com prisão decretada por suspeita de tentativa de homicídio, o suspeito foi detido na noite de quarta-feira (24) no bairro Formosa. Após a prisão, foi realizado reconhecimento pessoal por três vítimas que registraram ocorrência — uma não quis fazer o registro.
Das três, segundo a polícia, duas reconheceram o jovem como sendo o autor das agressões. A outra disse que não conseguiu ver o agressor no momento do crime.
— Ela não disse que não foi ele, mas que não conseguiu visualizar quem a atacou. Entendemos pela tentativa de homicídio, em razão da lesão provocada em uma das vítimas, que atingiu a área da garganta — explicou a delegada.
Em depoimento, o jovem negou que tenha sido o autor das agressões. Diante disso, a polícia ainda não sabe qual seria a motivação para a série de ataques.
O perfil das vítimas é um dos pontos que chama atenção no caso. Todas eram mulheres idosas, com idade entre 69 e 82 anos, que caminhavam na rua sozinhas durante o período da manhã.
Segundo a polícia, o suspeito não tinha residência fixa, mas costumava circular pela Restinga. O nome do preso não foi informado em razão da Lei de Abuso de Autoridade.
A polícia ainda tenta elucidar que tipo de arma foi usada nos ataques. Uma das vítimas relatou ter visto um objeto semelhante a um punhal ou estilete, e outra disse acreditar ter sido usada uma agulha de seringa. A perícia deverá auxiliar na elucidação deste ponto, já que nenhuma arma foi apreendida com o preso.
— Seguimos com a apuração para esclarecer esses outros pontos, como a motivação e o tipo de arma usada — disse a delegada.
Em razão do medo gerado na população, por causa da série de ataques, a Brigada Militar reforçou as rondas na região. Da mesma forma, a Polícia Civil manteve equipes volante circulando pela comunidade. Nesta quinta-feira (25), mesmo após a prisão, os policiais seguem no bairro, como forma de tranquilizar os moradores.
Os ataques*
- 08/2 – Idosa de 69 anos estava no Acesso Seis, quando o criminoso se aproximou caminhando. Ele espetou no pescoço da vítima um objeto semelhante a uma agulha de seringa
- 13/2 – Aposentada chegava em casa após ir ao mercado, no Acesso Um, quando um homem se aproximou e atingiu seu pescoço com uma faca
- 20/2 – Mulher de 69 anos retornava para casa, na Rua Clara Nunes, com compras do mercado, quando o criminoso atingiu seu peito com uma faca ou outro objeto cortante
- 22/2 – Moradora de 82 anos voltava da fruteira, pelo Acesso A, quando o agressor se aproximou e cravou algo em seu pescoço, semelhante a um punhal ou estilete
*Casos que chegaram ao conhecimento da Polícia Civil