
A Polícia Civil divulgou nesta quarta-feira (6) a prisão de uma mulher no bairro Santana, em Porto Alegre. Ela foi denunciada com mais seis pessoas pelo homicídio de Douglas Gonçalves Romano dos Santos, executado no mês de fevereiro do ano passado em Balneário Camboriú, em Santa Catarina. A vítima tinha 23 anos, respondia por 18 homicídios e foi testemunha de pelo menos 40 casos envolvendo uma facção criminosa que tem base na zona leste da cidade. Ao se tornar delator, foram realizadas mais de 150 prisões de criminosos.
De acordo com o delegado Eibert Moreira, da Divisão de Homicídios da Capital, D. F. C., de 23 anos, é a oitava envolvida na execução do maior delator de facções gaúchas. Ela, que tinha prisão preventiva decretada, foi apontada por ajudar a descobrir o endereço de Santos no litoral catarinense e repassar para o próprio companheiro, Jhosepher Gabriel dos Santos Rodrigues, indicado como um dos quatro executores e preso anteriormente em Porto Alegre.
Depois da prisão da suspeita, o caso foi para a Justiça e o Ministério Público solicitou, em junho de 2021, a impronúncia da investigada. É uma decisão que não submete a ré ao júri. O juiz responsável pelo processo entendeu que não havia fatos ou indícios suficientes tanto da autoria quanto da participação dela no crime. O Poder Judiciário decidiu pela impronúncia, e a ré foi absolvida.
Sobre o crime em si, além de Rodrigues, há mais dois suspeitos de serem executores que estão detidos, os dois mandantes — que são líderes da organização criminosa, sendo um deles cumprindo pena em presídio federal — e um executor foragido, identificado como Nathanael dos Santos Fernandes. O restante dos envolvidos participou da logística para matar a vítima, como um catarinense, que não foi preso, mas auxiliou fornecendo armas para o grupo.
Todos os sete respondem por homicídio e foram denunciados pelo Ministério Público. O delegado Moreira diz que os sete envolvidos já são réus em processo judicial. Uma adolescente que ajudou o grupo, mas que foi responsabilizada em procedimento separado, também participou dos fatos. O líder da facção identificado é José Dalvani Júnior, conhecido por Minhoca.

— A mulher presa na última segunda-feira, aqui na Capital, foi para Santa Catarina, na época, com o objetivo de descobrir o endereço da vítima, inclusive temos provas, sendo uma delas imagens em câmeras de segurança em pedágios do Estado vizinho. Ela estava foragida há meses e estávamos no encalço delas, através do nosso serviço de inteligência — diz Moreira.
GZH tenta contato com a defesa da presa para contraponto.