A educadora Cíntia Rosa da Silva, 29 anos, foi morta após ser atingida por uma bala perdida quando estava a caminho de um supermercado, no final da tarde de segunda-feira (28), no bairro Santa Tereza, na zona sul de Porto Alegre. A vítima estava grávida de sete meses.
De acordo com a irmã, Cíntia havia saído para comprar pão em um estabelecimento na Rua Orfanotrófio quando foi atingida por um disparo pelas costas. A Polícia Civil apura um ataque a tiros ocorrido em um ponto de venda de drogas na região.
— A Cíntia era uma mulher trabalhadora e apaixonada pelos filhos. Estamos desolados, não sabemos nem o que fazer. De uma hora para outra vem alguém e tira a vida de uma guerreira como ela — desabafa Renata Rosa, 34 anos.
Segundo a irmã, a educadora estava em licença-maternidade e trabalhava em uma escola de Educação Infantil no bairro Menino Deus. Cíntia foi socorrida ao Pronto-Atendimento Cruzeiro do Sul, onde foi submetida a uma cesariana de emergência.
Na sequência, a bebê, que se chama Lívia, foi transferida para o Hospital Materno Infantil Presidente Vargas. Ela também não resistiu e acabou morrendo na manhã desta terça-feira (29).
Cíntia deixa o companheiro, um filho de 11 e uma filha de 12 anos.
Investigação
Até a manhã desta terça-feira (29), ninguém havia sido preso pelo crime. De acordo com a delegada Roberta Bertoldo, um carro preto teria passado em um local que funciona como ponto de venda de drogas na região.
— Os ocupantes do carro teriam efetuado disparos que acabaram atingindo a vítima, que passava próximo ao local. Além do tiro nas costas da mulher, outros dois homens foram baleados. Eles receberam atendimento médico e foram liberados — informou.
Para a delegada, os dois homens feridos seriam os alvos dos disparos. A dupla tem antecedentes criminais por envolvimento com o tráfico de drogas, segundo a polícia. Eles devem ser ouvidos pela investigação nos próximos dias.
O veículo utilizado no ataque a tiros foi localizado pela Brigada Militar (BM) na região. De acordo com a delegada, o modelo 207 Passion havia sido roubado há poucos dias em Viamão, na Região Metropolitana.
— O carro está sendo periciado para coletarmos o maior número de evidências que nos levem o quanto antes à identificação da autoria do crime — salientou.
Nas redes sociais, amigos e familiares lamentaram a morte de Cíntia. Entre os relatos emocionados, várias pessoas se mostraram chocadas e disseram "não acreditar na morte tão prematura".
A perita judicial Aline Oliveira Silveira conta que Cíntia foi professora dos dois filhos dela. A última vez que conversou com a educadora foi no domingo (27).
— Depois ela acabou saindo da escolinha, mas não perdemos o contato. Durante os meses de junho e julho deste ano, cuidou das crianças na minha casa, por causa da pandemia. Meu filho adorava, era apaixonado por ela. Era uma pessoa muito alegre, amorosa — conta.
O velório de mãe e filha ocorrerá no Cemitério Jardim da Paz, na zona leste de Porto Alegre, a partir das 22h desta terça-feira (29). O enterro está previsto para a manhã de quarta-feira (30).