Segundo informações preliminares fornecidas pela perícia à Polícia Civil, o homem negro que morreu após ter sido espancado no Carrefour do Passo D'Areia, na zona norte de Porto Alegre, na noite de quinta-feira (19), pode ter sofrido um ataque cardíaco decorrente da violência da qual foi vítima.
A delegada Roberta Bertoldo, da 2ª Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa, afirma que João Alberto Silveira Freitas, 40 anos, pode ter tido uma "parada cardíaca decorrente das agressões e também pelo fato de ter sido pressionado contra o chão". Os dois homens presos e autuados em flagrante por homicídio qualificado chegam a se ajoelhar sobre a vítima, conforme imagens feitas durante a agressão.
Os presos são o policial militar temporário Giovane Gaspar da Silva e Magno Braz Borges. A delegada entende, até o momento, que os dois trabalhavam como seguranças no local e seriam funcionários de uma empresa terceirizada que presta serviços ao Carrefour.
Ainda há divergência sobre o PM temporário ser ou não trabalhador terceirizado. Testemunhas chegaram a dizer que o policial estava no local como cliente e teria interferido para "apartar" a briga, mas, para a polícia, a versão tem que ser investigada — pois não seria o que a dinâmica das imagens gravadas mostra.
A polícia investiga ainda a participação de outras pessoas no caso.
Uma funcionária do Carrefour, fiscal de loja, também é investigada. Ela aparece nas imagens e teria ameaçado pessoas que tentavam gravar as agressões.
As advogadas do supermercado, Karla Sampaio e Eduarda Matzembaker, que acompanharam o depoimento da mulher, não quiseram dar declarações. Já o advogado dos presos, William Vacari Freitas, disse que os dois optaram por se manter em silêncio no depoimento.
Freitas nega que o PM fosse segurança do supermercado. Conforme o advogado, Borges atuava como fiscal de piso.