Em comunicado veiculado na noite desta quarta-feira (25), a rede de hipermercados Carrefour divulgou novas medidas que tomará em relação ao assassinato do autônomo negro João Alberto Freitas na unidade do Passo D'Areia, no dia 19. As lojas da rede ficarão fechadas na manhã desta quinta (26) em "respeito ao luto da família de João Alberto e à sociedade brasileira" — a unidade onde ocorreu o crime, contudo, ficará fechada ao longo de todo o dia, informava cartaz colocado em frente ao estabelecimento.
Além disso, a rede anunciou que o resultado de vendas desta quinta e da sexta-feira se somará ao resultado de vendas do último dia 20 de novembro e será aportado no Fundo de Combate ao Racismo e Promoção da Diversidade criado pelo Carrefour, que já conta com R$ 25 milhões.
"Sabemos que nada trará a vida de João Alberto de volta, mas não vamos medir esforços para que a transformação necessária aconteça. Queremos nos unir com todos aqueles que quiserem ajudar nessa luta. Isso é o só o começo de mudança profunda e necessária. Continuaremos atualizando a sociedade sobre as próximas ações nas próximas duas semanas", afirma o comunicado.
A quinta marca os sete dias da morte de João Alberto Freitas, espancado até morrer pelos seguranças Giovane Gaspar da Silva e Magno Braz Borges na noite do último dia 19, no estacionamento da unidade do Passo D'Areia. A loja fechou as portas no dia seguinte e foi alvo de protestos, que culminaram com invasão e confronto com a BM. Outros atos aconteceram também na unidade da Bento Gonçalves, na última segunda-feira (23).
Além dos seguranças, a fiscal do Carrefour Adriana Alves Dutra foi presa. Ela é investigada, assim como eles, por homicídio triplamente qualificado.