A reunião que concentra uma vez por semana as principais forças da segurança para analisar a criminalidade no Rio Grande do Sul terá um tema central nesta terça-feira (03): a ascensão da violência na serra gaúcha. Segundo o vice-governador e secretário da Segurança Pública, Ranolfo Vieira Júnior, a partir deste encontro serão traçadas estratégias para tentar conter o aumento de homicídios evidenciado, especialmente em Caxias do Sul, durante o mês de outubro.
— Caxias do Sul saiu totalmente da curva nesse mês de outubro. A região serrana como um todo, mas, especialmente, Caxias. A pauta da reunião desta terça vai ser exatamente esta questão — reconheceu Ranolfo.
Sobre as ações que demonstram o envolvimento do crime organizado, como execuções e decapitações, afirma que estratégias serão definidas após a conversa com os comandos regionais e a análise dos dados. Da mesma forma, sobre um possível reforço no policiamento na Serra, informou que as medidas só deverão ser definidas após a reunião.
— Estamos avaliando a possível convocação dos comandos regionais da Serra para participar da reunião. Para podermos entender o que aconteceu. Porto Alegre nunca esteve tão bem como está agora. É o município que mais reduziu os indicadores de homicídios. Não me parece que seja uma migração, não deve ser isso. Tudo que eu fale agora é muito prematuro. Nada melhor do que quem está lá na ponta para fazer a leitura — afirmou o vice-governador.
A reunião, que reunirá representantes da Brigada Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros, Instituto-Geral de Perícias e Departamento Estadual de Trânsito (Detran), será realizada por videoconferência a partir das 14h. Confira outras declarações do vice-governador sobre alguns aspectos envolvendo o crescimento da violência no mês de outubro na Serra:
Ações:
“Nosso Observatório de Segurança Pública deverá me fornecer amanhã o perfil de quem foi vítima de homicídio: se tem antecedentes, se não tem, se participam de organização criminosa ou não, as circunstâncias do fato, a forma do cometimento do homicídio, arma de fogo, calibre. A partir daí, de maneira conjunta e integrada, é trabalhar alguma coisa para recuperar isso durante o mês de novembro e dezembro.”
Reforço no efetivo:
“Neste momento, não se trabalha com nenhuma hipótese nesse sentido. Estamos com reforço na Capital e Região Metropolitana. Reforço que este fim de semana inclusive foi dividido com o Litoral.
Retorno de decapitações:
“Não vamos compactuar, não queremos retroceder a 2017, que foi o auge dessas ocorrências. O ano de 2017 foi o pior ano da segurança pública no Rio Grande do Sul, decapitação era coisa normal. Não queremos jamais retroceder a esse período. Por isso que vamos nos antecipar à possibilidade disso, tomando ações enérgicas.”
Perfil das vítimas:
“Este perfil, de jovens até 29 anos, é o da maior parte das vítimas de homicídio no Brasil. Isso, de uma certa forma, denota a questão da organização criminosa, do recrutamento muitas vezes do adolescente até. Infelizmente aquele perfil de quem mata hoje é o que morre amanhã”.
Prevenção:
“Dentro do RS Seguro temos quatro eixos e o segundo é o eixo da prevenção. O eixo a prevenção é o que vai nos levar mais tempo para trazer resultado a médio e longo prazo. Mas se não iniciarmos ações efetivas, transversais, vamos ficar sempre na mesma coisa. Temos várias ações, todas transversais. A primeira delas é fixar o jovem, o adolescente, e até mesmo a criança na escola, evitar a evasão escolar. Mas há ações que só serão implementadas a partir do ano que vem porque as crianças e adolescente têm de estar frequentando a escola para poder a gente avançar com isso.”