A Polícia Civil investiga mais um caso de ciclista atropelado por automóvel na região da orla do Guaíba, em Porto Alegre. O caso, ocorrido na Avenida Edvaldo Pereira Paiva, no início da manhã de domingo (25), é tratado como lesão culposa, sem intenção e seguida de ausência de prestação de socorro. Apesar de uma pequena possibilidade, os agentes não descartam algum novo caso como o do motorista de um Voyage suspeito de intimidar ciclistas na região.
A Divisão de Delitos de Trânsito do Departamento de Homicídios recebeu na manhã desta segunda-feira (26) a ocorrência e vai instaurar inquérito sobre o atropelamento. O fato ocorreu próximo a um pardal atrás do estádio Beira-Rio, no sentido para quem vai ao Centro.
O ciclista e fisioterapeuta da Confederação Brasileira de Atletismo Matheus Kowalski foi atingido por um veículo Fox de cor vermelha. Ele teve lesões em um osso longo chamado úmero — localiza no braço — e passará por cirurgia no Hospital Mãe de Deus. Por meio de um áudio encaminhado à GZH, ele relatou que colocaria placas e pinos no ombro e que ficaria meses em recuperação.
— Vamos encarar mais essa, não tem muito o que fazer. Recuperação será bem complexa. A polícia entrou em contato e a gente está tentando descobrir como foi e quem foi. Ele me acertou por trás e meio de lado, muita sorte de eu não ter parado embaixo do carro, se não ele iria me arrastar — relata Kowalski.
A gravação foi feita ainda no domingo. Segundo a polícia, a vítima já havia informado previamente que não conseguiu ver placa, muito menos o condutor do veículo.
Semelhanças
Outro ciclista que pedalava no local informou em um grupo nas redes sociais que também quase foi atingido por veículo de modelo e cor semelhantes momentos antes do acidente ocorrido com Kowalski. A diretora do Departamento de Homicídios, delegada Vanessa Pitrez, ressalta que o caso é, no momento, apurado como lesão culposa, sem intenção, e com agravante de fuga do local sem prestação de socorro. Ela ainda diz que, dependendo das imagens a serem analisadas, dos depoimentos da vítima e de testemunhas, além da identificação do suspeito, o caso pode passar para lesão corporal grave com dolo, ou seja, com intenção.
Segundo Vanessa, é cedo para se relacionar com os casos de 11 registros de tentativas de atropelamento de ciclistas neste ano na região da orla do Guaíba por um veículo Voyage. A delegada lembra que o condutor, apesar de solto, não teria condições financeiras para adquirir outro veículo rapidamente e ainda teve a carteira de habilitação cassada, bem como o carro apreendido. Apesar de ser uma probabilidade baixa, ela não descarta a possibilidade de ser o mesmo motorista usando outro carro. Outra preocupação, apesar de não ser prioridade da apuração neste momento, é o fato de um segundo suspeito estar imitando os crimes do motorista do Voyage.