O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, decidiu levar para análise do plenário da Corte a decisão que suspendeu a soltura do traficante André do Rap - considerado um dos líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC). No sábado (10), após pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), Fux derrubou o habeas corpus concedido pelo também ministro do STF Marco Aurélio Mello que havia liberado o traficante da prisão.
Para Marco Aurélio, como não houve reanálise da prisão provisória, o que deve ocorrer a cada 90 dias, a prisão se tornou ilegal. O ministro Fux, no entanto, considera que André do Rap deveria seguir preso em razão de sua periculosidade e que a soltura "compromete a ordem e a segurança públicas".
As diferentes interpretações ganharam o centro das discussões, com trocas de farpas de Marco Aurélio nos últimos dias. Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, o ministro chegou a dizer que Fux adentrou o campo da hipocrisia:
— Sob minha ótica, ele adentrou o campo da hipocrisia jogando para turma, dando circo ao público, que quer vísceras. Pelo público, nós nem julgaríamos. Condenaríamos e estabeleceríamos pena de morte (...). Essa autofagia já ocorreu no passado e é péssimo, péssimo, péssimo. Não é ruim, é péssimo.