Proprietário de uma madeireira há cerca de quatro décadas, Aldair Francisco da Silveira, 63 anos, foi morto a tiros dentro da loja dele em Gravataí, na Região Metropolitana. O criminoso disparou pelo menos duas vezes contra o empresário, que não resistiu. A polícia tenta descobrir quem está por trás do assassinato. De forma semelhante, há três anos, o filho dele também foi executado — a investigação apura se há ligação entre os casos. Um veículo, encontrado incendiado após o crime nesta quinta-feira (8), passará por perícia.
A forma como se deu a morte de Aldair leva a polícia a acreditar em execução. O empresário foi atingido sem que esboçasse reação. Conforme o delegado Ricardo Milesi, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Gravataí, somente um atirador ingressou na Madeireira Monte Belo, usando máscara de proteção contra o coronavírus, para esconder o rosto, e com a cabeça coberta pelo capuz de um casaco.
Ao chegar à loja, na parada 75 da Avenida Dorival Cândido Luz de Oliveira, principal via da cidade, o criminoso primeiro se dirigiu a um funcionário, dizendo que queria comprar um saco de pregos. Depois, caminhou em direção ao local onde estava o proprietário, sacou a arma e atirou na direção dele. Aldair estava do outro lado do balcão quando foi alvejado – ele chegou a ser socorrido, mas não resistiu.
— A princípio, foram dois disparos. Ainda não temos o resultado da necropsia confirmando, mas temos os depoimentos das testemunhas. Ele usou uma arma curta, possivelmente um revólver. Não houve reação da vítima ou dos funcionários — explica o delegado.
No momento do crime, havia três empregados dentro da loja, além de clientes. Nenhum deles relatou ter ouvido o atirador anunciar um roubo. Após os disparos, o autor fugiu, sem tentar levar nada da madeireira – para a polícia é mais um indicativo de que não se trata de um latrocínio (roubo com morte) e sim de um homicídio.
— Estamos investigando. Estamos ouvindo testemunhas e familiares para entender quais motivos podem estar por trás desse crime. Estamos tentando compreender o que aconteceu. Não se descarta nenhuma possibilidade — diz o delegado.
Em 13 de junho de 2017, o filho de Aldair, Michael Francisco da Silveira, 35 anos, foi morto em circunstâncias semelhantes às do pai. Também dono de uma madeireira, às margens da RS-020, ele foi executado com um tiro na cabeça. Dois criminosos chegaram ao local em uma motocicleta, um ingressou, pediu para falar com o proprietário e atirou contra a vítima. A investigação não conseguiu apontar quem foram os responsáveis por aquela execução.
— O filho foi morto há três anos, em outro local, mas numa situação bastante similar. Não descartamos que possa ter relação com aquele crime. É uma das possibilidades que estamos investigando — afirma Milesi.
A investigação não descarta que outra pessoa pudesse estar aguardando do lado de fora para auxiliar na fuga após os disparos. O criminoso fugiu em veículo apontado como um Kadett. Um veículo com as mesmas características foi encontrado incendiado pouco tempo depois em uma via próxima à freeway. O automóvel passará por perícia para buscar vestígios e tentar identificar a origem do veículo — pelo número do chassi é possível saber se é um carro roubado ou clonado, por exemplo.
O velório de Aldair está sendo realizado em Cachoeirinha e o enterro está previsto para ocorrer na tarde desta sexta-feira, no Cemitério Memorial da Colina também no município.