O delegado Guilherme Calderipe, titular da Delegacia de Homicídios de Viamão, indiciou três pessoas pelo assassinato da restinguense Larissa Garcia Bilhão, 21 anos. A jovem foi encontrada morta e enterrada em um terreno baldio no Bairro Castelinho, em Viamão, na Região Metropolitana, no dia 19 de julho. Conforme o delegado, a vítima foi alvejada por diversos tiros no peito e abdômen, mas não havia sinais de tortura.
O delegado indiciou uma jovem de 18 anos, que admitiu ter sido a responsável por levar Larissa de Restinga Seca para Viamão. O namorado dela, um jovem de 28 anos, é suspeito de ser o executor do crime. Um outro homem, de 33 anos, que já estava preso na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc), teria sido o mandante do assassinato.
Eles vão responder por homicídio qualificado, por não dar chances de defesa e por emboscada e também por motivo torpe, além de ocultação de cadáver. Por conta da Lei de Abuso de Autoridade, os nomes não foram divulgados.
A jovem que é suspeita de ter levado Larissa para ser executada foi presa no dia 27 de julho em Viamão. Dias antes, ela e o namorado, indicado como o executor do assassinato, haviam conseguido fugir de uma operação da Polícia Civil e da Brigada Militar em Restinga Seca. Na ocasião, outras duas pessoas foram presas com 2,5 quilos de maconha, mais de 400 pedras de crack, cocaína e dois revólveres. Ele também acabou preso alguns dias depois em Viamão.
Além do homicídios, ambos tiveram a prisão preventiva decretada por tráfico de drogas, devido a apreensão de entorpecentes da qual eles conseguiram fugir em Restinga Seca. Após presa, ao ser interrogada, a jovem admitiu participação no assassinato de Larissa.
Segundo Calderipe, a jovem relatou que Larissa teria uma dívida, de aproximadamente R$ 10 mil, com o grupo criminoso do qual elas faziam parte já há algum tempo. A restinguense também estaria trocando de facção, por isso foi executada. A vítima seria uma espécie de representante do grupo na cidade.
— O que já está preso é o líder do grupo, a menina foi quem organizou tudo, ela é cunhada desse preso, irmã da mulher do líder. Depois, ela acionou o seu namorado para executar. Tudo indica que foi realmente um problema interno na facção. Ela ficou devendo e estaria se envolvendo com traficantes de outra facção, por isso, resolveram matá-la — explica o delegado.
O mesmo trio já havia sido indiciado pelos mesmos crimes por um assassinato muito semelhante em novembro do ano passado. Uma mulher de Capela de Santana que foi encontrada enterrada no mesmo lugar. O modo de agir foi o mesmo, de acordo com o delegado. A jovem, à época adolescente, foi a responsável por levar a vítima até o local, o namorado dela o executor, e o cunhado, preso na Pasc, o mandante. No momento, os três estão presos.