Os cinco filhos e uma neta da deputada federal Flordelis (PSD-RJ) que foram presos na segunda-feira (24) acusados de participação na morte do marido da deputada, o pastor Anderson do Carmo, foram transferidos nesta terça-feira (25) para o complexo penitenciário de Gericinó, em Bangu (zona oeste do Rio). Inicialmente detidos na carceragem da Delegacia de Homicídios de Niterói, na Região Metropolitana do Rio, eles foram conduzidos na noite de segunda-feira para o presídio de Benfica (zona norte do Rio), onde passaram por triagem.
Segundo a Polícia Civil, os filhos da deputada (Marzy Teixeira da Silva, Simone dos Santos Rodrigues, André Luiz de Oliveira, Carlos Ubiraci Francisco Silva e Adriano dos Santos) e a neta Rayane dos Santos Oliveira se negaram a prestar depoimento sobre a morte do pastor, ocorrida em junho de 2019. A filha Simone precisou de atendimento médico, e outros pediram calmantes.
Flordelis, que é pastora e acusada de ser mandante do crime, não foi presa por ter imunidade parlamentar. O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou na segunda-feira que a Casa vai analisar e decidir quais providências tomar em relação ao caso dela.
Segundo a polícia, além de planejar a morte do marido, Flordelis tentou convencer os filhos a não incriminá-la, nos depoimentos. A deputada teria passado a prometer vantagens financeiras aos filhos. Alexander Felipe, conhecido como Luan, contou em depoimento uma semana após a morte do pastor que Flordelis havia prometido uma viagem aos Estados Unidos caso ele desistisse de depor contra ela.
Segundo o filho, a deputada sempre havia sido contrária à viagem dele, mas depois do crime disse que estava sem dinheiro, mas que usaria um cartão de crédito para comprar as passagens dele, da mulher e do filho, desde que eles viajassem o mais rápido possível, sem prestar depoimento à polícia.
Para Lucas Cezar dos Santos, que está preso, a deputada federal teria prometido regalias na cadeia, caso ele confessasse ter matado o pastor Anderson por vontade própria, sem interferência dela. Lucas é filho do casal e está preso acusado de comprar a arma usada no crime. Flordelis apresentou à polícia uma carta em que Lucas assumia a autoria do crime, mas o rapaz disse que apenas copiou um texto enviado pela mãe, para confessar a morte do pastor e envolver outros dois irmãos.
A carta chegou ao presídio onde Lucas estava preso por meio de Andreia Santos Maia, também presa na operação de segunda-feira. Segundo a polícia, Andreia sabia que a carta era falsa e seria usada no inquérito policial, e recebeu R$ 2 mil para prestar esse serviço, por meio do marido, o ex-PM Marcos Siqueira, que dividia a cela com Lucas.