A Polícia Civil e o Ministério Público (MP) do Rio de Janeiro cumprem, nesta segunda-feira (24), operação para prender suspeitos de envolvimento na morte do pastor Anderson do Carmo, assassinado com mais de 30 tiros em junho de 2019. A deputada federal Flordelis (PSD-RJ), viúva do pastor, foi denunciada como mandante do crime.
Segundo a investigação, a deputada teria tentado envenenar o marido pelo menos quatro vezes antes do assassinato a tiros. Ela não pode ser presa por causa da imunidade parlamentar.
Flordelis foi indiciada pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio, falsidade ideológica, uso de documento falso e organização criminosa majorada. Cópia do inquérito será encaminhado à Câmara dos Deputados para a adoção de medidas administrativas.
Nove mandados de prisão foram cumpridos na operação desta segunda-feira, em endereços no Rio de Janeiro e em Niterói, São Gonçalo e Brasília. Até as 7h, seis filhos do casal, uma neta, um ex-policial militar e a mulher dele foram presos.
De acordo com o delegado Allan Duarte, titular da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí e Maricá, na primeira fase da investigação foi identificado como executor do crime o filho biológico da deputada, Flávio dos Santos Rodrigues. Um filho adotivo do casal, Lucas César dos Santos, foi apontado como a pessoa que comprou a arma utilizada no assassinato.
O crime
Anderson do Carmo foi assassinado a tiros na garagem de casa em Pendotiba, Niterói, região metropolitana do Rio, em junho de 2019. O assassinato aconteceu por volta de 4h de um domingo, após o casal chegar de uma confraternização.
A deputada contou à polícia que percebeu que o veículo dirigido por Anderson estava sendo perseguido por duas motos. Ao entrarem em casa, Anderson teria retornado à garagem para pegar algo no carro, e disparos foram ouvidos.
O corpo do pastor foi encontrado com 30 perfurações feitas a partir de uma arma calibre 9mm. Dois de seus filhos, um biológico e outro adotivo, confessaram envolvimento no assassinato e foram presos.
O casal teve 55 filhos, sendo quatro biológicos e 51 adotivos.