Três líderes de facções criminosas do Rio Grande do Sul que haviam sido transferidos para presídios federais devido à periculosidade estão de volta ao Estado. Cristiano Feijó Madrile, o Cabelo; Cristian dos Santos Ferreira, o Nego Cris; e Andre Vilmar Azevedo de Souza, o Nego Andre, estão desde terça-feira (13) na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas. Não há detalhes sobre o motivo do retorno.
A decisão de retorno é da Vara de Execuções Criminais de Porto Alegre. Sem confirmar nomes, os magistrados afirmam que “muitas delas (decisões) importaram na permanência de apenados em casas prisionais federais. Em outras decisões, porém, autorizou-se o retorno dos apenados, sendo que, em parte delas, houve inclusive a aquiescência da Polícia Civil e Ministério Público. Todas as situações foram objeto de minucioso exame e submetidas ao contraditório, ensejando recurso da parte interessada”.
O subprocurador geral para assuntos institucionais do Ministério Público, Marcelo Dornelles, afirma que a instituição conseguiu a manutenção das lideranças pelo "período juridicamente possível".
"O MP, em parceria com a Secretaria de Segurança Pública, e todas as suas vinculadas, conseguiu no Judiciário o envio deles para presídios federais e as suas manutenções pelo período juridicamente possível. Pra isso manejou vários recursos. Cumprido o prazo, retornam. Agora o ideal é que fiquem sob permanente vigilância e acompanhamento", afirmou em nota.
GaúchaZH tenta contato com os advogados dos réus. Confira quem são:
Cristiano Feijó Madrile (Cabelo)
Apontado como um dos articuladores da facção Os Abertos, que ultimamente se aproximou dos Bala na Cara para controlar o tráfico no bairro Estância Velha, em Canoas. Tem condenações por homicídios e também envolvimento em roubos. É natural de Canoas.
Cristian dos Santos Ferreira (Nego Cris)
Em novembro de 2017, Cristian dos Santos Ferreira, um dos principais líderes de facção com atuação no Rio Grande do Sul, foi condenado a 20 anos e seis meses de prisão pelo Tribunal do Júri de Porto Alegre. Ele foi julgado pela morte de Everton Luis Mesquita dos Santos, ocorrida no dia 11 de junho de 2012. De acordo com a denúncia do Ministério Público, na madrugada do dia do crime, Nego Cris e outras três pessoas entraram na casa de Everton, na Vila Bom Jesus, enquanto ele dormia, renderam-no e o levaram à frente da residência, onde o assassinaram a tiros. Everton foi morto porque estaria vendendo drogas no território dominado pela facção de Cris.
Andre Vilmar Azevedo de Souza (Nego Andre)
Em janeiro de 2019, André Vilmar Azevedo de Souza foi condenado a 20 anos e seis meses de prisão pela morte de Vanderluiz Ribeiro do Amaral, ocorrida em 2014. Conforme a denúncia, a vítima, um rival do tráfico, foi executada no Beco das Flores, bairro Santa Tereza, em Porto Alegre.