A Polícia Civil indiciou nesta terça-feira (28) um empresário por ameaçar o prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan. O homem, de 43 anos, fez os ataques ao chefe do Executivo municipal por não concordar com o distanciamento controlado, adotado para conter o avanço do coronavírus. O empresário responde por injúria e ameaças.
O delegado Marco Antônio de Souza, da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), concluiu o inquérito instaurado logo após os crimes, ainda em maio deste ano. Segundo ele, o suspeito — que não tem o nome divulgado devido à Lei de Abuso de Autoridade — confessou os delitos e disse que estava descontrolado quando gravou as mensagens, já que teve prejuízos financeiros com o distanciamento realizado para evitar contaminação pelo coronavírus.
Um segundo investigado no caso, responsável por difundir mensagens gravadas pelo indiciado, não foi responsabilizado pelos crimes. Assim como o empresário, teve a casa revistada por policiais durante cumprimento de mandado judicial de busca e apreensão.
— Não encontramos dolo na ação dele, já que apenas difundiu as mensagens em grupo de WhatsApp, que tem como integrante o prefeito — explica Souza.
Mas o segundo investigado foi indiciado por posse de drogas, já que foram apreendidos entorpecentes na residência dele. A Core descartou motivação política durante a investigação das ameaças e análise do celular apreendido do empresário.
Desde 2018, a Core já investigou pelo menos quatro casos de ameaças ao prefeito e seus familiares, todos com indiciamentos por ameaça, injúria, calúnia e difamação. Além do empresário, um professor de 56 anos, que pertence à rede pública municipal, fez várias ameaças pelas redes sociais em julho de 2018. Um taxista foi indiciado pelos mesmos delitos no ano passado e em agosto de 2019, e uma mulher de 47 anos também respondeu pelos crimes.
A investigação de três meses teve início após o prefeito registrar ocorrência policial sobre postagens em redes sociais que atacavam ele, a esposa e os filhos.