Agentes da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) realizam na manhã desta quarta-feira (27) buscas em Porto Alegre para localizar um suspeito de ter divulgado ameaças ao prefeito Nelson Marchezan durante o período de pandemia de coronavírus. O empresário que gravou as mensagens foi ouvido no início do mês e confessou que fez isso em razão de prejuízos financeiros durante medidas de distanciamento social. Na ocasião, o homem que divulgou os áudios não havia sido localizado e agora os agentes tentam encontrá-lo em vários pontos da cidade para que possa prestar depoimento.
O delegado Marco Antônio Duarte de Souza é o responsável pela investigação e participa diretamente das buscas. Segundo ele, os nomes dos suspeitos não estão sendo divulgados porque o inquérito ainda está em aberto. No áudio, o empresário fala palavrões, faz ameaças e menção de futuras agressões. O suspeito que está sendo procurado para esclarecimentos seria o responsável por divulgar essas mensagens pelo WhatsApp. Souza destaca que pode ter uma motivação política no caso porque o empresário já teve divergências partidárias com o prefeito e até trocou de partido por isso. Por enquanto, as investigações continuam e não há previsão de conclusão com indiciamentos até agora.
Outras ameaças
Souza diz que, na terça-feira (26), concluiu outro caso de ameaça contra o prefeito de Porto Alegre. Desde 2018, a Core já investigou pelo menos quatro casos, sendo que três com indiciamentos por ameaça, injúria, calúnia e difamação. O fato finalizado recentemente é sobre um professor, com 56 anos que pertence à rede pública municipal. Ele negou o crime, mas a quebra de sigilo telefônico confirmou várias ameaças pelas redes sociais em julho de 2018. Sobre esse caso específico, Souza disse que a investigação continua porque pelo menos outras três pessoas teriam feito ameaças junto com o professor indiciado.
Além deste fato, um taxista foi indiciado pelos mesmos delitos no ano passado. Em agosto de 2019, a Core indiciou uma mulher de 47 anos pelo crime de ameaça contra Marchezan e sua família. A investigação de três meses teve início após o prefeito registrar ocorrência policial sobre postagens em redes sociais que atacavam ele, a esposa e os filhos — três meninos, de 11 anos, dois anos e três meses. Foram analisados cerca de 10 posts no Instagram de Marchezan entre março e abril do ano passado com várias ameaças, mas nenhuma com teor político.