O Ministério Público (MP) divulgou nesta sexta-feira (19) que denunciou 13 integrantes de uma facção que tem base no Vale do Sinos e que foi alvo de operação contra lavagem de dinheiro no mês passado. Neste primeiro momento, o alvo é uma de duas células criminosas investigadas em parceria com a Polícia Civil.
O grupo teve 10 integrantes presos em maio e mais de R$ 16 milhões apreendidos em bens. Durante a apuração policial, foi apreendida judicialmente uma fazenda no Mato Grosso — adquirida por um dos suspeitos — que tem cerca de três vezes a área de Porto Alegre.
O promotor do Núcleo de Lavagem de Dinheiro do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Diego de Vilas, diz que a denúncia foi dividida em três partes. As duas primeiras foram concluídas nesta semana e são referentes a uma das células investigadas.
São 30 fatos diferentes, com 13 denunciados, entre eles o homem apontado como líder do esquema. Os delitos são organização criminosa e lavagem de dinheiro.
Vilas ressalta que a aplicação do dinheiro obtido com o tráfico de drogas e de armas envolveu movimentação financeira de pessoas físicas e jurídicas, além de aquisição de veículos e de imóveis.
— A investigação continua em parceria entre Polícia Civil e MP por meio de análises de documentos e de transações bancárias, desta vez ligada à segunda célula da facção criminosa — ressalta.
Lavagem de dinheiro
A facção com base no Vale do Sinos foi alvo de uma operação no dia 19 de maio para apurar o crime de lavagem de dinheiro. Foram cumpridas mais de 300 ordens judiciais com apreensão de bens no Estado e em Santa Catarina, todos avaliados em mais de R$ 16 milhões.
Além disso, 10 suspeitos foram detidos, sendo seis da primeira célula, denunciada pelo MP, e quatro da outra que ainda segue tendo documentos e movimentações financeiras analisadas. Outros suspeitos investigados respondem em liberdade.
Durante a investigação, a polícia descobriu que uma fazenda no Mato Grosso, perto da fronteira com a Bolívia, foi comprada pelos investigados por R$ 42 milhões e colocada em nome de um laranja. O local, que tem até pista de pouso para avião, tem 140 mil hectares, cerca de três vezes o tamanho da área de Porto Alegre. A facção também foi alvo de outras operações, no ano passado, relacionadas à lavagem de dinheiro em imóveis, veículos e estabelecimentos comerciais.