Cerca de 450 mil maços de cigarros ilegais foram apreendidos na tarde desta terça-feira (5) em um depósito em Cachoeirinha, na Região Metropolitana. O valor da mercadoria é estimado em quase R$ 2 milhões. O produto não tem permissão para ser vendido e as condições da fabricação são desconhecidas, conforme a Polícia Civil. Na ação, um homem foi preso e um caminhão foi apreendido.
De acordo com a polícia, o local vinha sendo monitorado. Após perceberem movimentações nesta terça, agentes foram até o depósito, onde encontraram os produtos. Segundo as investigações, os cigarros seriam comercializados em cidades da Região Metropolitana e do interior do Estado. A operação foi realizada em conjunto pela Polícia Civil, Ministério Público do Estado e Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Um homem, de 49 anos, que teria sido visto entrando no local duas vezes nesta terça, foi abordado nas proximidades do depósito e preso em flagrante por crime contra as relações de consumo. Conforme a polícia, ele afirmou, inicialmente, que estava na região para almoçar. Depois, teria admitido que seria pago pelo transporte da mercadoria. O caminhão que ele conduzia, com placas de Bagé, foi apreendido.
A perícia irá apontar qual a procedência da mercadoria. Não se sabe se os cigarros foram fabricados no país ou trazidos de fora. Um inquérito vai investigar também outros responsáveis pela carga e pelo depósito.
— É um item totalmente sem procedência. A gente sabe que é um produto que já faz mal para a saúde. Dessa forma, sem informação sobre as condições em que foram produzidos, é muito pior — afirma o delegado Joel Wagner, da Delegacia de Polícia de Proteção ao Consumidor (DECON).
Conforme Wagner, os cigarros têm embalagens de duas marcas diferentes. Uma delas, que é paraguaia, vinha sendo produzida, de forma ilegal, em uma fábrica clandestina que funcionava em São Sepé, na região central do RS. Uma operação nesse local, em 19 de março, prendeu 17 pessoas. A investigação ainda irá apurar se a carga apreendida nesta terça foi produzida nessa indústria, ou se vinha de outro local.
Segundo o promotor Alcindo Luz Bastos da Silva Filho, da Promotoria de Justiça Especializada de Defesa do Consumidor de Porto Alegre, as instituições vem intensificando o trabalho de repressão a comercialização dessa mercadoria no RS.
— É um produto, por natureza, delicado para a saúde. Dependendo das condições que é feito, representa um risco ainda maior. São situações que nos preocupam. Temos mapeado os locais em que grupos estão agindo nessa área. Nosso objetivo é criar uma barreira para que se dificulte a venda dessas mercadorias no Estado.