A Polícia Civil realizou, na manhã desta quinta-feira (21), operação com 45 agentes para cumprir sete mandados de busca e apreensão em Canoas e Sapucaia do Sul, além de Sapiranga, no Vale do Sinos, e Cidreira, no Litoral Norte. O objetivo foi apreender bens e desarticular um esquema de golpe, furto e posterior lavagem de dinheiro com a aquisição de bens como veículos e imóveis.
Uma mulher, ex-diretora financeira de uma empresa de logística, é suspeita de ter desviado para a própria conta bancária e para a de laranjas valores que atualmente passam de R$ 1 milhão. Ela não teve o nome divulgado pela polícia.
A investigação é da delegada Luciana Bertoletti, da Delegacia de Esteio, onde a empresa vítima dos golpes — do ramo de logística e de atuação em nível nacional — tem uma das sedes. Os valores teriam sido adquiridos pela suspeita por meio de cem transações comerciais com fornecedores da área de construção civil, principalmente com a utilização de contêineres, entre os anos de 2012 e 2015. Segundo o inquérito, primeiro ocorriam os furtos.
— Os furtos foram estimados exatamente em R$ 713 mil até o ponto em que foi apurado, pois a auditoria da própria empresa não foi completa. Mas como parte do dinheiro furtado é referente a quantias que deveriam ter sido pagas a fornecedores, isso gerou uma inadimplência que fez o prejuízo superar R$ 1 milhão — explica Luciana.
Além de lesar o próprio grupo empresarial ao desviar dinheiro recebido, a polícia diz que a ex-diretora financeira também passou a não pagar mais os fornecedores. São pelo menos cinco empresas, mas o número ainda está sendo apurado pela investigação.
Depois dos crimes de furto e falsificação de documentos, a suspeita é apontada por lavar o dinheiro. Parte dos valores desviados foi para 12 contas bancárias, incluindo as de familiares. Além disso, a polícia descobriu que foram negociados 22 veículos com pelo menos seis revendas, sendo que 13 automóveis foram adquiridos pela investigada. Também houve a compra de quatro imóveis. Pelo menos dois carros e duas casas — em Sapucaia do Sul — foram apreendidos judicialmente na manhã desta quinta-feira.
— Ela valia-se da condição de gerente financeira, gerava boletos fraudulentos que, apesar de constarem todos os dados dos fornecedores, na linha digitável do numerário do código de barras estava sua própria conta e agência bancária. O golpe era na prática circular por toda estrutura da empresa. Depois adquiriu vários bens, além dos carros e imóveis, joias e obras de arte. Apesar disso, ela não ostentava e estava morando no Litoral, onde também cumprimos mandado de busca — diz o diretor da 2ª Delegacia Regional Metropolitana, delegado Mario Souza.