Polícia Civil e Brigada Militar deflagraram nesta quinta-feira (23) uma operação nas cidades de Passo Fundo e Marau para recapturar presos encaminhados à prisão domiciliar a partir de março deste ano e que não haviam sido localizados. Em duas fiscalizações neste mês, pelo menos 30 apenados não estavam nos endereços repassados à Justiça. Ao todo, 148 receberam o benefício devido aos riscos de contaminação pelo coronavírus. Até as 11h, 27 haviam sido recapturados, sendo 12 na manhã desta quinta-feira e o restante desde a última sexta-feira.
Os mandados de prisão foram cumpridos por 16 policiais civis da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco) e 12 militares. A chamada operação Recaptura conta também com o apoio do Ministério Público e da Vara de Execuções Penais de Passo Fundo. O delegado Diogo Ferreira, que coordena a ação, diz que as ordens judiciais são resultado de duas fiscalizações realizadas dias 8 e 15 de abril em conjunto com a Brigada Militar e a Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe). Na primeira, foi verificado que quase 20% dos detentos não estavam nos locais indicados e, na segunda, cerca de 25%. Alguns deles simplesmente estavam fora das residências e pelo menos oito indicaram endereços inexistentes, sendo que um destes oito repassou como moradia um terreno baldio onde uma casa foi destruída em incêndio há dois anos.
— De imediato, após termos encaminhados listas dos presos não localizados, o Poder Judiciário decretou o retorno ao regime fechado de 15 apenados, o que passou para 27 desde a última sexta-feira. E agora 12 foram alvos de busca hoje (quinta-feira). Outros 11 foram recapturados desde o início do mês em ações pontuais, o que totaliza 38 detentos, representando 25% de 148 que saíram do regime fechado para ficar em casa devido a covid-19 — explica Ferreira.