Depois de deflagrar a Operação Quarentena nesta quinta-feira (30), a Polícia Civil divulgou que os investigados pela 4ª Delegacia de Canoas são responsáveis por metade dos roubos a pedestres no município nos últimos seis meses. Pelo menos 20 suspeitos cometeram 500 assaltos de um total de 1.014 registrados na cidade de novembro de 2019 até abril deste ano. O responsável pela ação, delegado Thiago Lacerda, ainda explicou como agiam esses ladrões, que foram alvo de 33 mandados judiciais.
Através de uma análise de 500 registros de roubo a pedestres, Lacerda diz que todos eles foram praticados por pelo menos 20 criminosos, sendo que 14 deles foram alvos da operação nesta quinta-feira. Outros suspeitos seguem sendo investigados e serão motivo de nova ação. Além disso, há 13 receptadores. Esse grupo de 27 investigados tiveram contra eles mandados de prisão e de busca. Ao todo, cinco foram detidos.
Áreas de atuação
Lacerda diz que os locais de atuação destes criminosos são ruas mais movimentadas do Centro de Canoas. Geralmente, assaltam perto de parques, escolas, paradas de ônibus e estações do Trensurb. As vítimas escolhidas estão sempre sozinhas, não importa a idade, mas preferencialmente atacam mulheres e idosos.
O delegado ainda ressaltou que, em vários casos, os pedestres foram alvos dos bandidos porque estavam com celulares nas mãos, bolsas abertas, entre outras situações que chamam a atenção de criminosos.
Produtos mais visados
Lacerda destaca que o roubo a pedestres em Canoas não é um dos indicadores criminais mais preocupantes no município, mas ressaltou que a operação visa a manter os índices dentro dos padrões normais, principalmente neste período de distanciamento social devido ao coronavírus.
Se os assaltantes investigados são responsáveis por metade dos 1.014 crimes deste tipo desde novembro de 2019, a polícia informa que em todo o ano passado houve na cidade 3.088 roubos a pedestres. Segundo Lacerda, os ladrões continuam agindo e, quem precisa estar nas ruas nessa época de pandemia, acaba se tornando um alvo mais fácil. Por isso a operação foi deflagrada nesta quinta-feira.
Os criminosos têm escolhido roubar das vítimas bolsas, notebooks, carteiras e celulares, mas levam tudo o que podem, como por exemplo, dinheiro — quase sempre pequenas quantias — e documentos. Somente nas buscas realizadas nesta quinta-feira, os policiais apreenderam em 28 locais R$ 76 mil.
Violência
Os ladrões, que são de Canoas ou da Ilha das Flores, na Capital, não têm ligação entre si. Eles sempre agem sozinhos ou no máximo em dupla, mas sempre armados. Todos têm antecedentes criminais, a maioria por roubo a pedestre mesmo, mas alguns por tráfico, ameaça, lesão corporal e roubo de veículo.
— Eles ameaçam muito, às vezes também roubam naturalmente, mas são poucos os casos. Mas temos várias ocorrências com vítimas empurradas e que levaram coronhadas. Por isso, a importância de nunca reagir — explica Lacerda.
A polícia descobriu estes suspeitos por várias técnicas de apuração, mas principalmente por meio de imagens de câmeras de segurança disponibilizadas pela prefeitura.
Receptação
Além da área de atuação e dos locais onde residem, Lacerda diz que a única ligação que esses ladrões têm entre si é uma rede de receptadores — e todos são de Canoas. Ao todo, 13 são investigados na operação deflagrada nesta quinta-feira. No entanto, há outros que a polícia tem em mira e que, assim como outros ladrões, serão alvos de uma segunda fase dessa investigação que apurou 500 roubos a pedestres no município.
Os receptadores encaminham, por exemplo, celulares roubados para quadrilhas que roubam bancos e veículos, além de traficantes. Alguns telefones são revendidos no comércio informal, assim como outros objetos roubados.