Quarta maior cidade do Estado, Canoas tem desde dezembro de 2015 um centro integrado de comando e controle, onde oficiais da reserva da Brigada Militar acompanham imagens transmitidas pelas câmeras de vigilância instaladas em diferentes bairros do município. Com 188 equipamentos em funcionamento, o objetivo agora é instalar mais 250. Atualmente, a cada turno de seis horas, sete operadores monitoram as imagens. Nessa ampliação, o município de 344 mil habitantes pretende investir em câmeras com capacidade de analisar informações por conta própria.
Em busca de tecnologias, o secretário de segurança de Canoas, Alberto da Rocha, major da reserva da BM, esteve na Feira Internacional de Segurança Exposec, em São Paulo, recentemente:
— Fomos ver o que temos de ponta no mercado interno e externo. Queremos agregar, além do videomonitoramento, o sistema de inteligência, com reconhecimento facial e de placas de veículos. Assim poderemos localizar com maior facilidade veículos roubados e foragidos.
Para o secretário, o compartilhamento das informações entre os órgãos de segurança do município e do Estado e as operações integradas, aliadas à tecnologia, trazem reflexos nos dados da criminalidade. Houve redução de 40% nos furtos de veículos entre o primeiro quadrimestre de 2015, antes de as câmeras serem instaladas, e o mesmo período de 2018. Os roubos de automóveis tiveram queda de 35%.
O município pretende instalar mais 127 quilômetros de fibra ótica, para ter melhor qualidade nas imagens das câmeras. O investimento inicial deve ser de cerca de R$ 5 milhões, por meio de financiamento. O objetivo é que até o fim deste ano essa ampliação seja implementada.
— Essas novas câmeras têm capacidade de dar zoom, enxergar um rosto ou uma placa. Hoje ainda precisamos muito do operador. Não temos essa inteligência artificial que as câmeras produzem. Tem coisas que a tecnologia podem nos proporcionar e nos auxiliar na prevenção e na investigação.
Na Capital, cercamento eletrônico em fase de testes
Promessa de campanha, o cercamento eletrônico de Porto Alegre está na fase de testes há mais de um ano. O sistema conta hoje com 35 equipamentos — 25 câmeras e 10 pardais —que utilizam a tecnologia OCR, de leitura de caracteres que permite identificar carros roubados. Apenas três dos 13 pontos de entrada e saída da Capital são monitorados por essas câmeras inteligentes — além de outros pontos dentro do município. Por conta do número reduzido de equipamentos, uma avenida ou estrada acabam não tendo todas as faixas analisadas.
A preocupação com o roubo de carros em Porto Alegre se deve ao fato de a cidade concentrar metade das ocorrências do Estado. Nos quatro primeiros meses deste ano, foram 3.202 assaltos na Capital. No RS, foram 6.117.
Conforme o secretário municipal de segurança, Kleber Senisse, a intenção é ampliar a rede de câmeras. De 25 para 196. O sistema completo faria a cobertura dos 13 acessos à Capital e outros 23 pontos na cidade. A ampliação vai custar pelo menos R$ 2 milhões, estima Senisse, que apresentou projeto no Ministério da Segurança Pública e no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para obter os recursos.
Com o aplicativo baixado no celular, o agente pode colocar o celular no painel do carro, fazer a leitura online das placas e mandar informações para a central, uma blitz inteligente
KLEBER SENISSE
Secretário de Segurança da Capital
— Com o BNDES, estamos na quarta reunião. Com o Ministério, estamos aguardando para ver quanto vai ser destinado para cada município.
Também está em fase de testes um aplicativo que conecta celulares de guardas municipais e agentes da Empresa Pública de Transporte e Circulação de Porto Alegre (EPTC) com a central de monitoramento. Segundo o secretário, o projeto deve ser concluído em até um mês.
— Estamos concluindo os testes. Com o aplicativo baixado no celular, o agente pode colocar o celular no painel do carro, fazer a leitura online das placas e mandar informações para a central, uma blitz inteligente — salienta Senisse.
Além dos equipamentos com leitores de caracteres, a prefeitura dispõe de outras 1.257 câmeras classificadas de "monitoramento de ambiente". O secretário observa que os dois sistemas operam de maneira conjunta. Caso os equipamentos inteligentes identifiquem carro roubado, a polícia é acionada.
Para ampliar a rede de câmeras, a prefeitura também pretende fazer convênios com empresas e estabelecimentos que tenham aparelhos voltados para a rua. A ideia é incluir 5 mil câmeras privadas em até dois anos.