A Polícia Civil realizou, na manhã desta segunda-feira (30), uma operação para prender suspeitos de envolvimento em triplo homicídio ocorrido no início deste mês na Vila Bita, na Restinga, zona sul de Porto Alegre. Ao todo, 12 agentes da 4ª Delegacia do Departamento de Homicídios da Capital cumpriram dois mandados de busca e dois de prisão preventiva no próprio bairro. Dois homens considerados executadores foram detidos.
O delegado Rodrigo Garcia, que investiga o caso, diz que já tem provas suficientes da autoria dos investigados na morte das duas mulheres, de 21 e 41 anos, e de um adolescente de 14 anos. O crime, gravado em vídeo como forma de retaliação entre os grupos, também deixou uma adolescente de 16 anos gravemente ferida. Ela segue em atendimento hospitalar.
Garcia diz que a investigação continua com o objetivo de tentar identificar os demais envolvidos. Segundo ele, o crime teria sido motivado por um vídeo no qual uma facção criminosa destacava que estava ocupando o local por meio de vários integrantes caminhando por ruas da Vila Bita. Dois dias depois, no dia 8 deste mês, foram registradas as execuções e a gravação de um novo vídeo — pelo grupo rival — como forma de retaliação.
Um apenado da Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc) estaria por trás desta disputa de território entre traficantes. Garcia diz que ele é apontado como líder do ponto de venda de drogas na Vila Bita, mas teve várias desavenças com integrantes desde 2019 e buscou apoio com outras organizações criminosas, o que acabou gerando uma série de ataques e mortes.
Logo depois do triplo homicídio, a Brigada Militar reforçou a segurança na Restinga, prendendo vários traficantes, alguns deles ligados indiretamente à guerra entre facções. Desde janeiro deste ano, pelo menos oito pessoas foram assassinadas no bairro.