A Polícia Civil apreendeu na tarde de sexta-feira (27) o segundo adolescente envolvido na morte de um amigo na zona sul de Porto Alegre. O titular da 2ª Delegacia de Polícia para Adolescente Infrator (DPAI), delegado Raul Vier, afirma que o jovem, de 15 anos, confessou a participação no assassinato de Caue Xavier, 16 anos.
O adolescente teria contado detalhes do assassinato. No entanto, conforme a polícia, afirmou que não foi o autor do homicídio. O delegado revela que há divergência nos depoimentos da dupla. O primeiro apreendido também havia dito que não seria o responsável pela morte do amigo.
A Polícia Civil segue apurando o caso e aguarda o resultado das perícias nos celulares dos dois adolescentes e nos telefones de familiares. O delegado também espera o laudo da necropsia para saber se adolescente morto foi torturado. O responsável pelo caso afirma que ainda não é possível estabelecer uma motivação para o crime.
— A versão apresentada de que a vítima teria envolvimento com a namorada de um deles não me convence, parece uma história inventada. O que eu percebo é que há uma predileção pela violência, pela maldade. Essa seria, para mim, uma parte da motivação para o crime —afirma.
Estudantes, de classe média e sem antecedentes
O crime aconteceu em um matagal nas imediações da Avenida Juca Batista, na zona sul da Capital, na última quarta-feira (25). Segundo relato do primeiro adolescente apreendido, sem saber que estava sendo atraída para uma emboscada, a vítima teria ido com os dois amigos até o local de ônibus durante a tarde.
Eles teriam entrado em uma trilha no bairro Aberta dos Morros, quando Caue foi atacado com uma machadinha, um martelo e uma faca. Depois do crime, um dos adolescentes procurou a polícia e confessou o assassinato. Foi ele quem indicou onde estava o corpo.
Segundo o delegado, os três adolescentes são estudantes, de classe média e sem antecedentes por atos infracionais graves. Os dois adolescentes foram internados em uma unidade da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Fase).
Os nomes dos dois não estão sendo divulgados conforme determina o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).