O governador do Ceará, Camilo Santana (PT), voltou a defender a ação do senador licenciado Cid Gomes (PDT) em Sobral e afirmou que a "união de forças" acabou com o motim dos policiais militares no Estado. O ministro Sergio Moro afirmou nesta segunda-feira (12) no Twitter que a crise "só foi resolvida pela ação do governo federal", em bate-boca com o ex-governador Ciro Gomes (PDT), aliado de Camilo.
Para o governador cearense, "foi a união de forças" que ajudou a contornar a crise.
— Agradeço a grande maioria da tropa que não aderiu ao motim, a Polícia Civil, os bombeiros, o Exército, a Força Nacional. Foi a união de forças tanto estadual quanto federal na tentativa de garantir a segurança da população cearense — disse Camilo, sem citar o presidente Jair Bolsonaro ou o ministro Sergio Moro.
Em tom de apaziguamento, na primeira entrevista coletiva após o fim da paralisação da polícia, Camilo pediu que o Exército continue no Estado até o dia 6, quando vence a Garantia da Lei e da Ordem (GLO), prorrogada por Bolsonaro.
— É importante que o Exército permaneça no Estado para restabelecer a normalidade, enquanto os veículos e equipamentos estão sendo recuperados — afirmou o governador, que diz ainda não ter o balanço de quantos policiais participaram do motim e quantas viaturas foram danificadas.
Na capital cearense houve pouca presença da Polícia Militar no primeiro dia de retomada do policiamento. O acordo previu que os agentes voltassem aos postos às 8h desta segunda-feira. Nas ruas, no entanto, são mais frequentes as tropas do Exército e da Força Nacional.
O governador também reafirmou que a anistia é "inegociável" e que espera que a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) enviada pelo governo do Estado para proibir a anistia de policiais seja aprovada pela Assembleia Legislativa cearense nesta terça-feira (13).
— A sociedade não pode ficar refém. Enviei a PEC para que não seja só uma resolução do governador. Já conversei com parlamentares de Brasília. A ideia é que se tenha uma legislação federal, proibindo a anistia no Brasil, em todos os Estados — disse Camilo.
Camilo também criticou a "mistura da política com polícia", mas defendeu o senador Cid Gomes, quando questionado se a atitude do pedetista, de tentar entrar no batalhão amotinado com uma retroescavadeira, não prejudicou as negociações e ajudou na radicalização dos policiais.
— A minha interpretação sobre a atitude do senador Cid é uma atitude de indignação, de quem vê a sua cidade sendo sitiada, policiais mascarados mandando fechar o comércio da sua cidade. Isso causa indignação em qualquer um de nós — afirmou.