A Polícia Civil trabalha com hipótese de latrocínio (roubo com morte) para o caso do homem morto com um tiro na cabeça na madrugada desta terça-feira (4) na orla do Guaíba, em Porto Alegre. A vítima foi identificada como Dalmás Cesar Martins Dalmás, 34 anos, gerente de um hotel localizado na Cidade Baixa. Natural e morador da Capital, ele não tinha antecedentes criminais.
Conforme a delegada Roberta Bertoldo, da 2ª Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa, Dalmás foi abordado por duas pessoas — que estavam com outras duas não envolvidas diretamente no ataque — por volta das 5h na Avenida Edvaldo Pereira Paiva, próximo à Rótula das Cuias. Imagens de câmeras de segurança mostram que ele foi revistado e, ao reagir, acabou sendo baleado na cabeça.
Os criminosos fugiram, mas foram identificados pelas roupas mostradas nas imagens e acabaram sendo presos pela Brigada Militar. Os dois foram autuados em flagrante pelo crime de homicídio.
— Tudo leva a crer que se trate de um latrocínio. Como nós (da Delegacia de Homicídios) atendemos no local, já iniciamos os trabalhos. Para facilitar a investigação, seguiremos no caso — disse a delegada.
O carro da vítima foi encontrado nas proximidades. O aparelho celular e a carteira do homem ainda não foram localizados, o que, para Roberta, reforça a hipótese de roubo. A vítima, segundo a delegada, portava uma faca. De acordo com familiares ouvidos, seria para defesa pessoal.
As imagens das câmeras de segurança da Orla ainda serão analisadas pela Polícia Civil. Apesar de a autuação ter sido por homicídio, dependendo do que aparecer nos registros, o crime pode mudar para latrocínio.
Um familiar da vítima foi ouvido na delegacia. Disse não saber o que Dalmás fazia no local e que ele não era usuário de drogas. Nas redes sociais, se dizia como solteiro e sem filhos. Seu corpo foi liberado para sepultamento no Departamento Médico-Legal pela irmã, uma policial civil. O enterro está marcado para as 14h de quarta-feira (5) no Memorial Martim Lutero, bairro Santo Antônio.
A informação repassada inicialmente pela Brigada Militar, de que um aparelho celular foi apreendido com os presos e teria sido usado para gravar o crime, não é confirmada pela delegada. Ela relata que nenhum aparelho foi apresentado. A arma usada no crime, uma pistola 9mm, também não foi encontrada.
À tarde, a delegada Roberta Bertoldo, da 2ª Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa, informou que o próximo passo da investigação é identificar outras testemunhas e ouvi-las. Assim como tomar o depoimento de outros familiares para que se confirme que a vítima portava ou não celular, carteira e documentos.
— Saber o que a vítima fazia no local também é fundamental para a apuração, mas temos de trabalhar algumas coisas de forma sigilosa — diz a delegada.