Após uma adolescente divulgar vídeos em uma rede social sobre um caso de assédio durante uma corrida de aplicativo no Rio Grande do Sul, o condutor teve a conta banida pela Uber. Segundo a plataforma, a empresa tomou a medida logo após ser notificada pela passageira. A jovem divulgou as imagens em sua conta no Instagram neste domingo (16).
Nos vídeos, a menina está gravando o próprio rosto, enquanto segue a conversa com o motorista. Ela utilizou a legenda "sendo assediada pelo uber ta meninas" para descrever a situação. Na sequência, a adolescente divulgou a foto do motorista e informou aos seguidores que já havia denunciado o caso para a plataforma. Ela alertou ainda para que outras mulheres não peguem corrida com o condutor.
Por nota, nesta segunda-feira (17) a Uber afirmou que considera a conduta inaceitável. A plataforma não informou o município onde se deu o fato, mas a reportagem apurou que aconteceu na Região Metropolitana. "A empresa acredita na importância de combater, coibir e denunciar casos dessa natureza às autoridades competentes.", afirma a Uber na manifestação. A empresa não divulga o nome do homem.
Confira o diálogo:
— É que eu sou menor de idade — diz a garota no vídeo.
— Não é problema igual. Seria problema se tu tivesse 13 anos. Mas tu não tem 13 anos. Aí tu seria uma menor incapaz. De 14 anos para cima tu já é responsável.
— O que tu falou? — indaga a adolescente.
— Eu namoraria contigo, se tu não tivesse namorado — diz o homem.
— Mas acho que tu tem idade para ser meu pai, assim — rebate a adolescente.
— Mas não sou teu pai — responde.
— Mas tem idade — afirma a adolescente.
— Eu faria coisas que teu pai não faria. Pode ter certeza.
— Eu não tenho interesse, obrigada.
— Estou só brincando. Não estou dizendo que deveria ter interesse.
Confira a nota completa da Uber:
A Uber considera inaceitável e repudia qualquer ato de violência contra mulheres. A empresa acredita na importância de combater, coibir e denunciar casos dessa natureza às autoridades competentes. A conta do motorista parceiro foi banida assim que a denúncia foi feita.
A empresa defende que as mulheres têm o direito de ir e vir da maneira que quiserem e têm o direito de fazer isso em um ambiente seguro. Todas as viagens com a plataforma são registradas por GPS. Isso permite que em caso de incidentes nossa equipe especializada possa dar o suporte necessário, sabendo quem foi o motorista parceiro e o usuário, seus históricos e qual o trajeto realizado.
Como parte do processo de cadastramento para utilizar o aplicativo da Uber, todos os motoristas passam por uma checagem de antecedentes criminais realizada por empresa especializada que, a partir dos documentos fornecidos pelo próprio motorista e com consentimento deste, consulta informações de diversos bancos de dados oficiais e públicos de todo o País em busca de apontamentos criminais, na forma da lei. A Uber também realiza rechecagens periódicas dos motoristas já aprovados pelo menos uma vez a cada 12 meses.
Desde 2018 a Uber tem um compromisso público para enfrentamento à violência contra a mulher no Brasil, materializado no investimento em projetos elaborados em parceria com entidades que são referência no assunto, que inclui campanhas contra o assédio e podcast para motoristas parceiros sobre violência contra a mulher, entre outras ações. Em novembro, a Uber anunciou um investimento de R$ 5 milhões para continuidade desse compromisso ao longo dos próximos anos.