Em 10 de dezembro, o policial da reserva Ezequiel Freire dos Santos, 50 anos, foi morto a tiros na reciclagem que mantinha às margens da BR-116 em Novo Hamburgo, no Vale do Sinos. A investigação da Polícia Civil identificou cinco suspeitos, quatro presos de forma temporária e um foragido, como autores do crime. Entre eles, está a companheira da vítima, apontada como mandante.
Ricardo de Melo, 35 anos, confessou em depoimento que recebeu R$ 300 para matar o sargento. Ele apontou Evandra Palmira de Oliveira, 40 anos, que mantinha relacionamento com o policial há um ano e 10 meses, como uma das pessoas que teria arquitetado e ordenado a morte. No dia do crime, Ricardo esteve três vezes na reciclagem da vítima.
Confira a cronologia:
17h15min - Carregando um saco com cobre, Ricardo de Melo vai até a reciclagem da vítima. Em imagens de câmeras aparece caminhando em frente ao local acompanhado de outro homem, identificado pela polícia como Alex Sebenello de Oliveira.
Ricardo ingressa na reciclagem e Alex segue pela estrada. Segundo a investigação, ele foi até ali indicar ao atirador onde ficava o estabelecimento da vítima. O objetivo seria Ricardo identificar o policial, que seria morto logo depois. Ele chegou a vender cobre ao policial e recebeu R$ 44. Depois, retornou a uma residência próxima, onde moravam Veronilda e João Carlos.
De volta à casa, Ricardo teria exigido falar com a companheira de Freire para confirmar a versão de que ela era agredida por ele. O casal faz contanto por telefone com Evandra e afirma "Conseguimos teu remédio para dor". Seria o código para informar que encontraram um atirador.
17h40min - As câmeras flagram Evandra saindo da reciclagem de bicicleta. Neste momento, teria ido até a casa dos pais de santo. Segundo Ricardo, a mulher confirmou que era agredida e que o marido deveria ser morto. Cerca de 20 minutos depois ela retorna para a reciclagem.
18h30min - Ricardo segue outra vez até a reciclagem. Dessa vez, carrega um revólver 38 na cintura e um saco de latinhas. Quando se aproxima do local, no entanto, percebe que o militar está em um veículo acompanhado de outra pessoa. Ele chega a falar com Freire, que indica que ele venda o material para Evandra, que está dentro da reciclagem. O policial deixa o local no veículo.
Em depoimento, Ricardo contou que perguntou à mulher que horas ele voltaria e ela teria informado que em 15 minutos. Ele relata que Evandra teria garantido que as câmeras estariam desligadas no momento do crime. Ricardo vende as latinhas por 4 e volta para a casa dos pais de santo. Lá toma uma cerveja e aguarda a vítima retornar.
19 horas - Pela terceira vez, o atirador vai até a reciclagem. Em um saco, leva cobre e ferros. Teria sido a forma de distrair a vítima, para que precisasse separar o material na hora de avaliar. Enquanto Freire avalia os materiais, o criminoso verifica se não há ninguém perto, saca o revólver e atira no rosto e no peito da vítima. Ele foge correndo.
* Os horários são aproximados porque há diferença de cerca de 15 minutos entre o horário real e o que consta nas câmeras.