Seis policiais militares foram afastados dos serviços operacionais enquanto a morte de nove jovens na madrugada deste domingo (1º), na favela de Paraisópolis, zona sul da capital paulista, é investigada pela Polícia Civil e pela Corregedoria da PM. Os jovens morreram após serem pisoteados durante uma intervenção da Polícia Militar na festa que reunia cerca de 5 mil pessoas.
A Polícia Militar confirmou a informação nesta segunda-feira (2), porém, usando o termo "preservados" aos policiais que ficarão fora das ruas.
— Os PMs não serão afastados, mas sim preservados (dentro do batalhão) neste momento. Não há, até agora, nenhuma evidência de erro por parte dos policiais — afirmou o tenente-coronel Emerson Massera, porta-voz da corporação
A Ouvidoria das polícias (Civil e Militar) pediu o afastamento dos seis PMs, nesta segunda.
— É preventivo afastar os policiais envolvidos na ocorrência em razão da complexidade dela — afirmou o ouvidor Benedito Mariano.
Parentes de vítimas e sobreviventes acusam os policiais militares de encurralarem os frequentadores do baile e depois agredi-los em vielas. PMs afirmam que perseguiam suspeitos em uma moto. Eles teriam entrado no baile e atirado contra os policiais, causando correria.
A Polícia Militar afirmou que está investigando possíveis excessos e que um inquérito na Polícia Civil apura o caso.
Defensoria oferece ajuda
A Defensoria Pública de São Paulo disse em nota que está à disposição dos parentes das nove vítimas que morreram em Paraisópolis, para a realização de atendimentos individualizados e em domicílio.
O órgão também destacou que organiza, para os próximos dias, um plantão de atendimento na própria comunidade onde houve a tragédia, para atender moradores da região. "Após esses passos iniciais, a Defensoria irá analisar as medidas cabíveis, incluindo eventuais pedidos de indenização e de atendimentos psicológicos, sem prejuízo do acompanhamento das investigações e apurações já em curso sobre o grave episódio", diz trecho de nota.
A Defensoria ainda afirma que seu Núcleo Especializado de Cidadania e Direitos Humanos acompanha outros casos em que pessoas ficaram gravemente feridas por conta de lesões supostamente provocadas por policiais em festas de rua.