A Polícia Militar de São Paulo informou, nesta segunda-feira (2), que a Corregedoria da corporação abriu inquérito para averiguar a conduta dos agentes que atuaram em Paraisópolis onde nove pessoas morreram em um baile funk. O episódio ocorreu na madrugada deste domingo (1º) no bairro da zona sul da capital paulista. Em nota, a PM diz que todas as circunstâncias serão apuradas.
"As armas dos policiais foram apreendidas e encaminhadas para perícia", diz. "O 89º DP (89º Distrito Polícial) também instaurou inquérito", informa, acrescentando que os agentes escalados para a missão na comunidade, localizada na zona sul da capital paulista, já foram ouvidos.
Por volta das 11h desta segunda, familiares das vítimas compareceram à unidade responsável pelo caso. A irmã do operador de telemarketing Bruno Gabriel dos Santos, 22 anos, um dos jovens mortos, professora Ivanini Siqueira, disse que ele estava na companhia de amigos e não conseguiu se desvencilhar do fluxo de pessoas quando o público do baile funk tentava sair do local. A família é de Mogi das Cruzes, município onde o jovem deve ser enterrado.
— Eles levaram garrafada. Foi todo mundo correndo. Eles estavam em um grupinho de cinco e ele foi o único que não conseguiu correr. Correu pro lado errado. Os outros correram pro outro lado e conseguiram se salvar — disse Ivanini Siqueira.
Ivanini disse que não tem forças para acompanhar o noticiário e que espera justiça. Ela suspeita que Bruno tenha sido vítima de violência policial, porque assistiu a um vídeo em que a posição do seu corpo do irmão sugere que ele tenha sido agredido.
— Ou ele foi pego com alguma coisa na cabeça ou ele foi pego de frente, por que (do contrário) é que o corpo estaria (virado) para cima? Não tem lógica isso — afirma. — Agora a gente está correndo atrás para poder levar o corpo para Mogi das Cruzes e pedir justiça, basicamente, para saber o que realmente aconteceu. Por que esses jovens não puderam se defender? Por que eles foram pegos tão de surpresa? — completa.