A Polícia Civil de São Sepé deflagrou, na manhã desta quarta-feira (18), a Operação Caixa de Pandora. Quinze policiais militares e agentes do Instituto-Geral de Perícias cumpriram quatro mandados de busca e apreensão na casa de quatro suspeitos de terem explorado sexualmente pelo menos 10 adolescentes, entre 14 e 17 anos, na cidade. Computadores e celulares foram apreendidos e vão passar por perícia.
Conforme a delegada titular de São Sepé, Carla Dolores Castro de Almeida, a polícia chegou aos suspeitos após a prisão de outro homem, em janeiro deste ano. À época, na Operação Categorias de Base, um homem foi preso por estupro de vulnerável e exploração sexual de crianças e adolescentes. Durante a investigação, em análise nos dispositivos eletrônicos dele, foram encontrados materiais que remetiam esses quatro suspeitos a esses crimes.
– Em um HD externo dele, além de mais de 100 vítimas identificadas, as quais ele praticou tanto estupro quanto exploração, havia também um dossiê que ele mantinha contra outras pessoas que também estariam envolvidas na exploração sexual de crianças e adolescentes aqui na cidade — explica Carla.
De acordo com a delegada, ao longo dessa segunda investigação, ficou constatado que esses homens ofereciam lanches e dinheiro, como R$ 10 ou R$ 20, para que os meninos mantivessem relações sexuais com eles. As vítimas vivem em situação de vulnerabilidade social.
A delegada acredita ainda que o número de vítimas seja muito maior. Apesar de os computadores e celulares ainda precisarem passar por perícia, Carla afirma que a investigação já tem elementos comprobatórios para indiciar os suspeitos. Porém, ainda não há data determinada para a conclusão do inquérito. O crime de exploração sexual de adolescente tem pena prevista de quatro a 10 anos de prisão.
O nome da Operação, Caixa de Pandora, vem da mitologia grega. Pandora, que foi a primeira mulher criada por Zeus, abre uma caixa dada a ela, deixando escapar todos os males do mundo, menos a esperança.