Foi em clima de comoção a despedida a Verônica Oliveira, 40 anos, uma das líderes do movimento LGBT+ em Santa Maria, que morreu após levar uma facada na madrugada de quinta-feira (12). Verônica foi velada na Câmara dos Vereadores da cidade, e o sepultamento ocorreu no Cemitério Ecumênico, na manhã desta sexta (13).
Conhecida como Mãe Loira, ela mantinha no bairro Urlândia uma casa que abrigava transexuais que vinham de outras cidades e até de outros Estados. No último dia 1º de dezembro, foi eleita madrinha da Parada Alternativa de Santa Maria. Por sua atuação pelos direitos da comunidade LGBT+, a ativista era muito querida da comunidade.
— A Verônica era uma pessoa maravilhosa, que fazia um trabalho para toda a comunidade do bairro. Transexuais que moram na Europa e passaram por aqui ligaram para saber o que havia acontecido. Ela sempre nos alertava sobre os perigos, dizia que era para a gente estudar, juntar dinheiro e sair dessa vida — conta uma transexual que há quatro anos morava (ou mora?) no alojamento.
Investigação
A investigação da Delegacia de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP) foca agora na análise de imagens de câmeras de segurança que já foram obtidas. Conforme o delegado Gabriel Zanella, outros equipamentosdas redondezas do local do crime são buscadas para tentar obter o máximo possível de informações sobre o assassino e o veículo usado por ele. As principais testemunhas do crime foram ouvidas ainda na quinta-feira.
O crime ocorreu na esquina entre as avenidas Presidente Vargas e Borges de Medeiros. Segundo testemunhas, um homem esfaqueou Verônica após uma discussão por valores cobrados para um programa.
A vítima chegou a ser socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e levada ao Hospital Universitário de Santa Maria (UFSM), mas não resistiu aos ferimentos no abdômen e morreu. O autor do crime fugiu.