Começou na manhã desta terça-feira (3), na 1ª Vara Criminal de Canoas, o julgamento de André Ellwanger Friedrich, acusado de ter contratado um homem para simular um roubo de veículo e matar Andressa Reinaldo Ellwanger, 25 anos, esposa do réu. O crime ocorreu em 2016, no bairro Estância Velha, na frente da filha do casal, à época com dois anos de idade.
O homem apontado como comparsa de Friedrich, Anderson José dos Santos, também está sendo julgado. De acordo com a acusação, o crime foi premeditado: o réu teria pago R$ 10 mil para Santos, que foi funcionário dele e ainda teve um relacionamento com a prima da vítima.
No dia 18 de setembro de 2016, quando a família chegava em casa, um criminoso anunciou o roubo e, mesmo sem reação de Andressa, atirou na cabeça dela e fugiu do local. Friedrich, segundo a Promotoria, teria continuado com a simulação ao prestar socorro à mulher e pedir ajuda dos vizinhos.
A Polícia Civil começou a apurar o caso como latrocínio (roubo com morte), mas depois mudou a linha de investigação para feminicídio. Os dois suspeitos estão presos desde 2016.
O motivo da execução seria uma disputa patrimonial envolvendo herança e o fato de que Friedrich não estaria aceitando o fim do relacionamento com Andressa.
O júri começou com os depoimentos de testemunhas. Se der tempo, a juíza Betina Mostardeiro Mühle de Constantino pretende interrogar os réus, mas eles só devem ser ouvidos na quarta-feira (4).
O advogado de Friedrich, Mateus Marques, destaca que o júri vai esclarecer todos os fatos e afirma que em nenhum momento seu cliente teve a intenção de matar a esposa. Segundo ele, a acusação da Promotoria não procede. Para a polícia, durante a investigação, o acusado relatou que o objetivo seria apenas "dar um susto" em Andressa, mas sem detalhar os motivos.
Até a publicação desta matéria, GaúchaZH não conseguiu contato com o defensor público Andrey Régis de Mello, que defende Anderson José dos Santos no júri.