Nascida em Viamão, em 28 de junho de 1996, Nathana Stephany Marques Gay, vítima do latrocínio ocorrido na madrugada desta segunda-feira (18), no bairro Cidade Baixa, em Porto Alegre, não tinha familiares próximos — mãe e tios são falecidos.
Desde a manhã, eram pais de amigos que tentavam liberar o corpo no Departamento Médico Legal (DML). A mãe de uma das amigas que estava com Nathana na hora do crime, envolvida nos trâmites para o sepultamento, contou que a jovem de 23 anos teria apenas uma madrinha, mas sem parentesco. Nesta segunda-feira, amigos tentavam localizar essa mulher, uma idosa.
Ex-aluna do Colégio Júlio de Castilhos, Nathana trabalhava como auxiliar de escritório em uma corretora de seguros localizada na Rua Lima e Silva. Residia na Cidade Baixa, em uma casa que, segundo amigos, herdou da mãe. Ela morava em uma parte do imóvel e alugava outra. A mãe da amiga esteve no local pela manhã para alimentar o cachorro da vítima.
— Ela era uma pessoa alto astral, sorridente, de bem com a vida. Toda despojada — contou a mulher.
A filha dela conhecia Nathana havia bastante tempo. No ano passado, as amigas viajaram juntas ao Litoral. Na noite de domingo (17), as duas estavam em um bar da Lima e Silva, com um terceira amiga, que também levou seu cachorro. Por volta das 2h, elas saíram do estabelecimento. Ao dobrarem na Rua da República, foram abordadas por um homem armado com um revólver, que anunciou um assalto.
Nathana e a amiga que estava com o cachorro correram, mas a filha da mulher ouvida por GaúchaZH ficou paralisada. O criminoso tentou arrancar a bolsa dela. A jovem caiu, ferindo os joelhos.
— Quando viu que ela tinha caído, a Nat voltou. Eu até imagino ela voltando. Ela era forte, fazia academia e jiu-jitsu. A Nat levou o tiro porque tentou proteger a minha filha. E o sentimento de culpa dela, agora? — disse a mulher, moradora de Alvorada.
A informação foi confirmada pelo delegado Paulo César Jardim, que investiga o caso. Ainda há incerteza sobre o horário em que o crime aconteceu, devido às variações entre os relógios das câmeras de segurança no entorno
— Nesse período (hora do crime, entre 2h e 2h30min) as duas moças iam caminhando, foram abordadas por esse rapaz, uma pessoa, que tentou levar a mochila, ou uma pochete, de uma delas e derrubou no chão. As duas correram, uma voltou, quando essa voltou, levou um tiro no rosto, na têmpora. Morreu no local — afirmou, em entrevista ao Gaúcha+.
Depois de atirar, o homem entrou no banco de trás de um carro que estava nas proximidades. O veículo saiu em disparada. A jovem de Alvorada, de 20 anos, e a amiga com o cachorro prestaram depoimento durante a madrugada, no serviço de plantão da polícia, mas devem voltar a ser ouvidas na 1ª DP.
Segundo a mãe da amiga, Nathana e a filha eram caseiras, mas gostavam de passear na Redenção e no Gasômetro.