José Waldemar Engelmam, 62 anos, confessou que matou a ex-mulher Ereni dos Santos, 42, na semana passada em Caxias do Sul, na Serra. O investigado se apresentou à Polícia Civil, prestou depoimento e foi preso preventivamente nesta terça-feira (19). À polícia, alegou estar transtornado desde a separação do casal, há alguns meses.
A funcionária pública municipal foi morta no dia 11 de novembro, dentro do próprio carro. O ex-marido sempre foi o principal suspeito do crime. Em abril do ano passado, após alegar sofrer ameaças do ex-marido, Ereni solicitou medida protetiva, decretada em 24 de abril de 2018. Em 27 de maio deste ano, a medida protetiva foi prorrogada.
Na confissão nesta terça-feira, Engelmam admitiu que, por vezes, buscava e entregava os dois filhos para a ex-esposa, desrespeitando a medida protetiva. O investigado argumentou que estava, desde então, com dificuldades para dormir e que chorava, com saudade da família.
O estopim para o crime teria sido uma audiência de conciliação na Vara de Família, no dia da morte. Após o encontro, Engelmam perambulou pela cidade até que avistou o carro da ex-esposa no bairro Desvio Rizzo. O homem confessou que colidiu contra a traseira do automóvel e que "surtou": desceu do automóvel e atirou contra a mulher.
A arma utilizada, segundo o depoimento, foi adquirida há mais de 20 anos e sempre ficava na caminhonete de Engelmam. Ele relatou à polícia que tentou o suicídio após o feminicídio, mas o revólver já estava sem munição. O investigado também contou que abandonou a caminhonete e a arma após o crime.
Com a confissão e a prisão preventiva, o inquérito da Polícia Civil deve ser concluído em 10 dias.
— Estamos bem adiantados (na investigação). Falta apenas uma perícia do veículo apreendido na semana passada e outros laudos. Confessou que atirou e as provas estão bem contundentes — resume a delegada Carla Zanetti, da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam).
Relembre o crime
Ereni foi baleada e morta dentro do próprio carro na Rua Avelino José Lora, no dia 11 de novembro. Os disparos foram efetuados pelo ex-marido da vítima. Horas antes do crime, Ereni e Engelmam participaram de uma audiência de conciliação no Fórum. O processo abordava o reconhecimento da união estável do casal, a guarda de dois filhos e a partilha de bens.
No encontro com a presença de juiz, promotor de Justiça e advogados, não houve nenhuma discussão ou sinais de agressão por parte do homem. Em setembro, ela havia desistido de processá-lo por ameaça.