A investigação da morte de Paula Gislaine Martins Pacheco, 32 anos, encontrada sem vida às margens de um riacho em Parobé, no Vale do Paranhana, teve um desdobramento na quinta-feira (3). Durante a tarde, Renato Jorge Adanski, 49 anos, que cumpria prisão temporária há quase um mês, teve sua detenção convertida para preventiva. Ele é é ex-marido da companheira da vítima e, segundo a investigação, suspeito de envolvimento no crime.
A prisão preventiva não tem prazo de duração e pode ser decretada em qualquer fase da investigação, quando há indícios de ligação do suspeito com o crime.
A investigação é liderada pela titular da Delegacia de Polícia de Taquara, delegada Rosane de Oliveira. Ela acredita que o inquérito será finalizado em até 10 dias. Em interrogatório, segundo a delegada, o suspeito negou qualquer envolvimento com o crime. Não há informações sobre outros suspeitos e a Polícia não divulgou quais as hipóteses de motivação do crime.
Contraponto
Os advogados Tiago Botene, Ademir Campana e Romulo Campana, que representam Renato no caso, afirmaram à reportagem, em nota, que o suspeito "jamais teve qualquer envolvimento com os fatos".
Segundo os advogados, "Renato e Paula tiveram apenas um desentendimento há mais de cinco anos. Não há nos autos sequer uma única testemunha ouvida em sede policial que tenha referido qualquer briga ou sequer discussão entre Renato e Paula".
A defesa também afirma que Renato "somente tomou conhecimento de que seu nome teria sido citado na investigação em um programa de TV, razão pela qual, já antes mesmo de ser intimado a depor, inclusive, já havia entrado com ação por danos morais" contra a emissora.
O crime
Paula Gislaine foi sequestrada de casa em 20 de agosto, por volta da 21h30min, por dois homens armados, enquanto assistia televisão com a enteada, no bairro Medianeira. Os bandidos, encapuzados, obrigaram Paula a entrar em um veículo e ela não foi mais vista. A ação teria sido rápida e os vizinhos não notaram o sequestro.
Os pés da mulher estavam amarrados a um pedaço de concreto, para que o corpo não emergisse. A perícia já confirmou que ela foi executada com um tiro na cabeça, “possivelmente de fuzil”, explica a investigação.