A arquiteta Adriana Villela foi condenada a 67 anos e seis meses de reclusão, em regime fechado, e multa pelo triplo homicídio, em 2009, de seus pais — José Guilherme Villela, ministro aposentado do Tribunal Superior Eleitoral, e a advogada Maria Carvalho Mendes Villela — e da empregada Francisca Nascimento da Silva.
Ela também foi condenada por furto. Por ser ré primária e ter bons antecedentes, terá direito a recorrer da sentença em liberdade.
Os trabalhos do Tribunal do Júri de Brasília duraram 10 dias, o dobro do prazo previsto inicialmente. O julgamento começou em 23 de setembro e terminou nesta quarta-feira (2). Em sessão secreta, os jurados acolheram integralmente a tese da acusação.
O advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, divulgou nota, afirmando que "a defesa técnica de Adriana Villela tem a mais absoluta certeza e convicção da sua inocência".
"O Tribunal do Júri, no entanto, condenou Adriana. Sem um fiapo de prova. É um erro judiciário colossal e desumano. Iremos ao tribunal para reverter esta injustiça", diz Kakay.
Em 31 de agosto de 2009, os corpos das três vítimas foram encontrados no apartamento em que moravam, na 113 Sul, área nobre de Brasília, pela neta do casal Villela. Eles haviam sido mortos com mais de 70 facadas, três dias antes.
No ano seguinte, em outubro, a Justiça acatou a denúncia do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios contra Adriana, que passou a ser ré, sob acusação de ter ordenado o triplo assassinato.
Outras três pessoas já tinham sido condenadas sob a acusação de terem executado o crime. Leonardo Campos Alves, Francisco Mairlon e Paulo Cardoso Santana foram condenados por júris entre 2012 e 2016, a penas que vão de 55 a 62 anos de prisão.
Leonardo, que foi zelador do prédio onde moravam os Villela, afirmou à polícia ter cometido o crime e depois passou a apontar Adriana como mandante.