A Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) divulgou imagens nesta terça-feira (17) do incêndio ocorrido nas unidades 2 e 3 da Penitenciária Estadual de Canoas (Pecan) na noite do último domingo (15). Segundo apuração realizada, presos atearam fogo em camisetas, colchões e travesseiros atirados para o lado de fora das celas, sem atingir a estrutura do imóvel e sem causar ferimentos por causa das chamas ou da fumaça. A procura por responsáveis continua e, até agora, 28 detentos já foram responsabilizados.
Segundo a Susepe, o vídeo tem pouca duração porque o objetivo no momento do incêndio era unir o maior número de pessoas para controlar o fogo, o que foi feito de forma rápida pelo Corpo de Bombeiros, com auxílio de agentes penitenciários. Sete presos ficaram feridos sem gravidade no domingo, não em decorrência do incêndio, mas sim por conta da contenção feita para manter a ordem depois que as chamas foram apagadas. O motivo do motim seria um protesto contra a instalação de um scanner corporal há cerca de um mês para barrar a entrada de drogas, armas e outros itens proibidos.
Um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) foi instaurado para averiguar a conduta dos apenados, o que pode dificultar no processo de progressão de regime. Após a conclusão do procedimento, a Susepe vai decidir que ações serão adotadas em relação aos responsáveis pelo protesto. O órgão ainda destaca que não faltou água no dia do fato e que já disponibilizou cerca de 700 colchões e travesseiros, além de 400 uniformes para os detentos. Muitos deles reclamaram da falta de água, higiene e de materiais.
O incêndio na Pecan é o segundo registrado no local em pouco menos de um ano e meio. O primeiro episódio ocorreu em março do ano passado, quando oito presos se rebelaram por não aceitarem algumas regras da prisão. O complexo foi inaugurado em 2016.