A orla do Guaíba virou campo de batalha na noite deste domingo (29), quando frequentadores do local digladiaram por escadas, decks e calçadas. Usaram o que estava ao alcance para ferir seus desafetos, inclusive garrafas de vidro. O que sobrou de uma delas acertou o coração de Haderson Júnior Martins Floriano, de 17 anos, levando o adolescente à morte por volta da 1h30min desta segunda-feira (30), no Hospital de Pronto Socorro (HPS) da Capital.
No horário da briga, os bares estavam fechados. As famílias, que lotavam a Orla horas antes, também já tinham se recolhido. Quem ocupava o principal cartão postal de Porto Alegre eram grupos de jovens e adolescentes abastecidos com energéticos, gelo, vodca e todo tipo de bebida alcoólica, conta um agente da Guarda Municipal.
Dono de um dos bares que ficam de frente para o Guaíba, Leandro da Silva de Oliveira, 47 anos, diz que formam-se pequenas aglomerações. Cada uma, com suas bebidas e caixas de som.
— Ficam bêbados, fazem algazarra. Trazem suas garrafas e dá nisso. Denigre a imagem da orla. Tinha de ter mais policiamento à noite. Durante o dia não tem problema, porque vem muitas famílias. De madrugada, não — comenta.
O funcionário de outro bar, que preferiu não se identificar, diz que as troca de socos são corriqueiras. A confusão da noite deste domingo (29) e que terminou em pancadaria, aconteceu nos arredores do monumento Olhos Atentos, plataforma em aço utilizada como mirante, fixada a 150 metros da Usina do Gasômetro. O secretário Municipal de Segurança, Rafael Oliveira, afirma que foi um caso pontual e que, diante do episódio, a segurança será reforçada nas madrugadas.
— Ainda assim, não vamos conseguir colocar um guarda ao lado de cada pessoa. É preciso que revejam seus conceitos ao se embriagarem em locais púbicos. Que tipo de caminho essas pessoas querem tomar na vida? — indaga.