Uma mulher de 49 anos foi assassinada a facadas na manhã desta terça-feira (3) na casa onde morava no bairro São Gonçalo, em Pelotas, no sul do Estado. O principal suspeito é o ex-marido da vítima, que também foi encontrado morto. Para polícia, ele se matou após cometer o crime.
Segundo a titular da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) de Pelotas, delegada Maria Angélica Gentilini da Silva, o crime é investigado como feminicídio e é o primeiro caso registrado no município neste ano.
Os nomes da vítima e do ex-companheiro dela não foram divulgados por questões de segurança, afirma a delegada Maria Angélica. O casal se relacionou por cerca de 20 anos e estava separados há cinco meses. Os dois tinham três filhos juntos.
— A gente esperava terminar o ano sem nenhum (feminicídio). Mas, infelizmente, ocorreu esse. Não havia nenhuma denúncia de agressão e nem histórico — relata a delegada.
Segundo a delegada, o ex-companheiro da vítima, de 45 anos, teria chegado na casa da mulher por volta das 9h. Ela teria sido atingida por uma facada. O homem também foi encontrado morto. A polícia acredita que ele tenha se matado após cometer o crime. O homem não tinha antecedentes criminais e era usuário de drogas.
Segundo a delegada Anita de Oliveira Caruccio, plantonista da 1ª Delegacia Civil de Pronto Atendimento de Pelotas, que atendeu a ocorrência, os filhos não estavam no local no momento do fato.
A chefe da vítima, que era diarista, avisou que ela não tinha comparecido ao trabalho, o que fez com que uma das filhas fosse até a casa da mãe e encontrou ela morta. A polícia e uma ambulância chegaram a ser chamadas, mas a vítima e o ex-companheiro já estavam mortos.
Número de feminicídios
Durante o ano de 2019, nenhuma ocorrência de feminicídio havia sido registrada pela Deam de Pelotas. No mesmo período, no ano passado, quatro casos foram atendidos pela delegacia especializada do município.
— A gente trabalha bastante na questão operacional, fizemos 34 prisões até agosto, mandados de busca e também ações de prevenção e educação, alertas e rodas de conversa. Tudo o possível para evitar. Ano passado, ao todo, tivemos seis casos — explica a delegada da Deam.