A Justiça realiza desde a manhã desta terça-feira (10) o júri de mais dois acusados de simular um assalto para matar a empresária Sônia Husein Khaled, 44 anos, em novembro de 2015, no município de São Borja, na Fronteira Oeste. O crime teria sido motivado por questões financeiras.
Em julho deste ano, outros três acusados foram condenados a mais de 20 anos de prisão, incluindo o marido da vítima, Husen Kasem Khaled, 46 anos. O julgamento de outros dois réus ainda não tem data marcada.
O júri de Tiago Vargas Motta, 27 anos, e Bruno Silveira Aires, 20 anos, começou logo depois das 10h desta terça-feira no Foro de São Borja. A dupla é apontada por render a empresária em casa e levá-la até uma rua do município, onde Sônia foi executada com quatro tiros e duas facadas.
O mandante do crime foi o marido dela, condenado a 30 anos de prisão em regime fechado e que cumpre pena no presídio de Dom Pedrito, na Região da Campanha. Segundo o Tribunal de Justiça, ele auxiliou a planejar o crime e por isso também foi decidido que pague R$ 200 mil de indenização para cada um dos dois filhos de Sônia.
Os outros réus que foram condenados no mesmo dia de Husen Khaled são Valdemir Trindade Rodrigues, 30 anos, que teve condenação de 24 anos de prisão, e Maurício Mariano, 30 anos, com pena de 30 anos de reclusão, ambos em regime fechado. Cabe recurso aos três condenados.
Os outros réus no processo são Jean Aldemar de Ávila Weber, 28 anos, e José Carlos Neves Moreira, 24 anos.
Denúncia do MP
Segundo a denúncia do Ministério Público, Husene Khaled planejou o crime e ajudou na execução no dia 6 de novembro de 2015, oferecendo dinheiro para os cúmplices. O crime ainda foi planejado por Mariano, que teria recrutado os demais envolvidos.
O marido da empresária levou os dois executores — que estão sendo julgados nesta terça-feira — até a residência do casal e emprestou o próprio carro para a dupla. Motta e Aires, conforme a Promotoria, mataram a vítima com quatro tiros e duas facadas em uma rua de São Borja, depois de tirarem Sônia à força de casa.
Weber — ainda não julgado — é acusado de usar uma oficina mecânica de sua propriedade para a realização de uma reunião que teve como objetivo o planejamento do crime. Já Rodrigues teria sido o responsável para emprestar sua moto para resgatar um dos executores, além de auxiliar no transporte e no recrutamento dos demais investigados. Por fim, Moreira, que também não foi julgado, é acusado de ter resgatado um dos executores que está sendo julgado nesta terça.