O Tribunal do Júri começa a julgar na manhã de terça-feira (2) quatro pessoas acusadas de matar a empresária Sônia Khaled, 44 anos, em São Borja, na Fronteira Oeste, em novembro de 2015. Entre os réus, o marido da vítima e também empresário Husen Kasem Khaled, apontado pela acusação como mandante do crime.
Outros três réus também serão julgados no mesmo dia: Maurício Mariano (acusado de ajudar Khaled a planejar o crime e recrutar os executores), Bruno Silveira Aires (apontado como o autor dos disparos) e Valdemir Trindade Rodrigues (que teria emprestado sua motocicleta para ser usada no assassinato). Como o processo sofreu uma cisão, outros três acusados serão julgados em outra data, ainda não definida.
Sônia foi morta no dia 6 de novembro de 2015, quando foi rendida dentro de casa e levada para uma rua distante e assassinada com quatro tiros. Inicialmente, o caso foi investigado como latrocínio - roubo com morte. No entanto, após o início da investigação e prisão de um dos suspeitos, a Polícia Civil chegou ao nome do marido da vítima e apurou o crime de feminicídio. A motivação seria financeira.
Os réus respondem pelo crime de homicídio qualificado, motivo torpe, meio cruel, recurso que dificultou a vítima e contra a mulher, por razões da condição do sexo feminino.
Contrapontos
O que diz Husen Kasen Khaled
A defesa do empresário pediu a invalidade das informações contidas no acordo de delação premiada firmado pelo réu Tiago Vargas Motta. Também pediu a impronúncia (não ser levado ao Tribunal do Júri) por entender que inexistem indícios mínimos de autoria ou participação dele no crime.
O que dizem Valdemir Trindade Rodrigues e Bruno Silveira Aires
Durante o processo, a defesa de Rodrigues e Aires alegou inépcia da denúncia e nulidade do acordo de delação premiada com outro réu, o Tiago Vargas Motta. Rodrigues e Aires negam o envolvimento no crime e a defesa deles afirma que não há provas suficientes da participação.
O que diz Maurício Mariano
Negou a participação no crime e alegou falta de provas.