Contradições nos depoimentos do empresário Husein Kasem Khaled, 46 anos, levaram à sua prisão temporária na terça-feira, em São Borja, na Fronteira Oeste. Ele é suspeito de ser o mandante da morte da esposa, Sônia Khaled, 44 anos, assassinada com três tiros e uma facada na noite de sexta-feira, dia 6. O caso era tratado inicialmente como latrocínio pela Polícia Civil.
- Em depoimento, ele (Husein) afirmou que estava em casa com a esposa quando o bando invadiu a residência. No entanto, fizemos todo o itinerário dos criminosos e apuramos que ele chegou junto com o grupo que assassinou a vítima - afirma o delegado Charles Dias do Nascimento.
O advogado do empresário, Rodrigo Mariano da Rocha, diz acreditar na inocência do seu cliente e que irá entrar com pedido de habeas corpus ainda nesta sexta-feira, para que segunda-feira seja feita a soltura de Husein.
- Não tive acesso à íntegra das investigações, mas posso afirmar que o Husein não teve qualquer participação no crime.
A motivação está sendo apurada, mas o delegado adianta que estão sendo seguidas duas linhas de investigação, que não podem ser divulgadas por enquanto. O inquérito deve ser concluído em no máximo 30 dias.
Conforme Nascimento, pelo menos duas pessoas entraram na residência do casal, localizada em frente à Vila Militar, no Centro, por volta das 21 horas. Eles amarraram o empresário, pegaram uma quantia em dinheiro e fugiram no Fusion da família levando Sônia como refém. A cerca de 3 quilômetros da residência do casal, já na Rua Cel. Tristão de Araújo Nóbrega, na Vila Leonel Brizola, mataram a esposa e abandonaram o corpo e o veículo, antes de fugirem com um grupo de comparsas que aguardava no local. Ao todo, sete pessoas, incluindo o marido, teriam participado do crime. Seis estão presos temporariamente no Presídio Estadual de São Borja, e outro suspeito, que ajudou na fuga, está foragido.
- O importante é que o mandante e os executores estão todos presos - salienta o delegado.
O casal tem três filhos, que estavam na casa de familiares na noite do crime. Husein e Sônia são proprietários de duas lojas de roupas no Centro de São Borja e estavam juntos há 20 anos.
Durante a prisão do empresário, um protesto ocorreu na frente da Delegacia de Polícia da cidade. Os manifestantes gritavam a palavra "assassino" em referência ao suspeito.
* Zero Hora