Muitos motoristas podem nem perceber, mas o trabalho de equipes às margens da RS-122, em Caxias do Sul, são as primeiras movimentações para a duplicação da ponte sobre o Arroio Tega, no trecho urbano da rodovia. A mobilização ocorre em pelo menos dois pontos: no Cidade Industrial, em um terreno junto ao acostamento, e a pouco metros da ponte atual, em São Giácomo.
A duplicação da travessia será a primeira ação para a duplicação de cerca de 10 quilômetros da RS-122, entre o viaduto torto e a saída para Flores da Cunha. O contrato de concessão da rodovia prevê que a concessionária Caminhos da Serra Gaúcha (CSG) conclua a ampliação de capacidade até o fim de janeiro de 2026. O prazo, contudo, pode mudar em função da renegociação de contrato entre a empresa e o Estado em função da enchente de maio.
O pedido de licenciamento ambiental para a obra, que transcorreu de forma simplificada, foi protocolado no dia 31 de outubro e a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) emitiu a autorização para a obra no último dia 20. A agilidade nos trâmites foi possível porque a área cortada pela RS-122 em Caxias já é considerada urbanizada.
O projeto prevê uma ponte de 268 metros de extensão e cerca de 37 metros de altura em relação ao nível do rio. Ela será construída junto à estrutura atual, no lado mais próximo à Estação de Tratamento de Efluentes Tega (ETE Tega).
Serão 12 metros de largura, com duas faixas de circulação e acostamento interno de 2,5 metros. No lado próximo à mureta externa está prevista uma área de segurança de 1,5 metro. Ao todo, a estrutura deve contar com seis pilares e sete vãos, que variam de 28,99 metros a 40 metros de extensão. Quando estiver finalizada, a nova travessia vai comportar o tráfego no sentido Farroupilha-Litoral. A circulação no sentido contrário vai ocorrer pelas duas faixas da ponte atual.
Para a construção, a CSG precisa implantar os canteiros de obras, justamente o que é possível perceber às margens da rodovia. No bairro Cidade Industrial, o trabalho é para a instalação do chamado pátio de vigas, onde serão produzidas e armazenadas as peças pré-moldadas que irão compor a ponte.
Veja como ficarão a RS-122 e a RS-453 após a duplicação
Já no terreno próximo à travessia, junto a uma empresa, ficarão os alojamentos e escritórios da obra, também em fase de montagem. Outra preparação necessária é a implantação de acessos na base da ponte e uma travessia provisória sobre o rio, construída com peças pré-moldadas.
O cronograma apresentado no processo de licenciamento prevê que a obra dure cerca de um ano e meio. Questionada pela reportagem, a CSG não informou a data de início da duplicação em si. Em nota, a empresa disse que "permanece cumprindo e avançando com as obrigações de solicitação de licenciamento ambiental e demais procedimentos para os projetos executivos das obras que constam no contrato de concessão". O comunicado acrescenta ainda que "quando houver definição de cronograma executivo, a concessionária comunicará à sociedade".
Duplicação de todo o trecho
A CSG também já entrou com um segundo pedido de licenciamento ambiental, dessa vez para o restante do trecho que será duplicado. A documentação foi encaminhada à Fepam no dia 4 de dezembro e, assim como no caso da ponte, vai transcorrer de forma simplificada. A autorização ainda não foi emitida pelo órgão ambiental.
Ao todo, a duplicação do trecho urbano da RS-122 prevê quatro rótulas alongadas, incluindo o acesso a Monte Bérico e em frente à Fundação Marcopolo, e novos viadutos no acesso ao bairro Cidade Industrial e sobre a Rua Ludovico Cavinato. Os km 79 e 80, próximo a saída para Flores da Cunha, também ganharão ruas laterais para separar o fluxo local dos veículos que estão de passagem.