Quase 10 anos depois do crime, o acusado de atear fogo e matar a esposa em Camaquã, no sul do Estado, vai a júri nesta quinta-feira (15), por homicídio qualificado (motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima). Sérgio Luis Washliewski foi apontado pelo Ministério Público (MP) como o responsável pela morte de Anita da Cunha Hugo, em outubro de 2009. A vítima tinha 51 anos na época. O homem aguarda em liberdade.
O julgamento começa às 9h, quando serão sorteados os sete jurados. Depois disso, sete testemunhas serão ouvidas e, em seguida, o réu será interrogado. A sessão será presidida pelo juiz Felipe Valente Selistre, titular da Vara Criminal.
Segundo a denúncia do MP, Washliewski matou a esposa com golpes na cabeça. Conforme a necropsia, a causa da morte foi traumatismo craniano produzido por instrumento contundente. O crime aconteceu em 8 de outubro de 2009, por volta das 23h, na RS-350. Ele teria ferido a cabeça da companheira e jogado gasolina sobre o corpo dela. Em seguida, teria ateado fogo no automóvel em que estavam para simular acidente de trânsito.
Para o MP, a motivação para o crime seria financeira. Washliewski entrou com uma ação, sete meses depois do crime, pedindo pensão contra o município de Camaquã — a esposa era servidora pública municipal. A defesa do acusado alega que houve um acidente.
Em depoimento, um policial civil contou que a investigação descobriu que o réu teria comprado combustível e levado em uma garrafa plástica. Uma técnica de enfermagem que atendeu o homem no hospital para onde ele foi levado depois do suposto acidente declarou que as roupas dele tinham cheiro de gasolina, inclusive nas botas e nas calças. Porém, ele não apresentava queimaduras nos membros inferiores.