Três saraivadas de tiros marcaram as últimas despedidas ao soldado Gustavo de Azevedo Barbosa Junior, 26 anos, morto em uma abordagem na madrugada de quarta-feira (10) na zona sul de Porto Alegre. O sepultamento ocorreu na Cemitério Jardim da Paz, zona leste da capital gaúcha, na manhã desta quinta-feira (11).
Após os tiros, o caixão coberto com a bandeira do Rio Grande do Sul deixou a capela carregado por colegas de farda. A passos curtos e desolada com a perda, a esposa do PM vinha logo atrás. No caminho, era consolada por familiares e amigos.
A pedido da família, a imprensa não pode acompanhar o cortejo. Entre os colegas, Barbosa era conhecido pela proatividade e disposição.
— Era muito dedicado, gostava do que fazia. Era um baita profissional. E estava sempre alegre, sorrindo — destaca o soldado Michel Feijó.
— Ele era inquieto na viatura. Estava sempre querendo fazer mais e mais — complementa o soldado Lucas Cassanego, que chegou a fazer rondas com o policial.
Casado, Barbosa havia se formado em direito em fevereiro pelo Centro Universitário Metodista-IPA. Em seu perfil em uma rede social, citava uma frase de Rui Barbosa, patrono dos advogados brasileiros, com quem partilhava o sobrenome: "Maior que a tristeza de não haver vencido é a vergonha de não ter lutado". Em novembro, o soldado completaria três anos de Brigada Militar.
Nos corredores do 1º Batalhão de Polícia Militar (BPM), no bairro Menino Deus, colegas lamentaram a morte prematura.
— Era um jovem bastante atuante. Realizava constantemente prisões, abordagens, tinha um espírito policial muito forte — afirmou o comandante-geral da BM, coronel Mario Ikeda.
O vice-governador e titular da Secretaria da Segurança Pública (SSP), Ranolfo Vieira Júnior, esteve no enterro e lamentou a perda.
— Eu sempre digo e vou repetir: o criminoso que ataca o policial, está atacando a sociedade gaúcha também. É um momento de dor, de lamentação, mas também, por outro lado, não vamos esmorecer no combate ao crime — salientou.